O crescimento das importações de bens de capital é um sinal positivo, 25,6% em 2024.
Ao declarar isso, o presidente da entidade de representação da indústria de máquinas e equipamentos, José Velloso, relembrou que o País teve o seu maior volume de exportações em 2011, com US$ 233 bilhões, e que o Brasil se encontrava na cerca de 10ª posição na lista de países com maior participação do setor na pauta de exportação do mundo.
Entre a década de 90 e o ano de 2011, o Brasil estava na lista dos 10 maiores exportadores de máquinas e equipamentos do mundo, mas a partir de 2011, começou a perder terreno na pauta de exportação. Segundo o presidente da Abimaq, José Velloso, esse desempenho do Brasil na pauta de exportação, ocorre em virtude da concorrência elevada do mercado internacional. E, com isso, o País está caminhando para a reprimarização da pauta de exportação.
Outra preocupação do presidente da Abimaq, é a necessidade de o Brasil, voltar a ser competitivo no mercado internacional, a fim de recuperar a posição perdida na pauta de exportação. Ele também enfatizou que o País precisa de um plano de ação que tenha como objetivo recuperar a competitividade do setor de máquinas e equipamentos, e voltar a ser competitivo no mercado internacional. A reprimarização da pauta de exportação, é uma realidade que Brasil enfrenta, e é necessário que o País, retome força em um setor tão importante.
Reprimarização e a Nova Realidade do Comércio Exterior Brasileiro
A robustez da balança comercial brasileira em 2024, com um superávit de US$ 74,6 bilhões, o segundo maior valor da série histórica, não deve esconder o problema subjacente da reprimarização. As exportações da indústria de transformação, que representavam 64% das exportações há 10 anos, agora compõem apenas 52% do total. Esta tendência é um sinal preocupante de que o país está se afastando da indústria de transformação.
‘A percepção é que há uma reprimarização, pois estamos exportando muitos itens com baixíssima transformação, como açúcar, óleos combustíveis e carne bovina’, alertou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Velloso. Esta reprimarização pode ter consequências negativas para a economia do país, pois a indústria de transformação é fundamental para o desenvolvimento de bens de capital e a competitividade no mercado internacional.
A Pauta de Exportação e a Indústria de Transformação
A Abimaq também chamou atenção para o crescimento das importações de bens de capital em 2024, que aumentaram 25,6% em 2024. Embora isso possa ser visto como um indicador positivo, o investimento no Brasil não cresceu e o consumo aparente de máquinas caiu. Isso sugere que o país não está investindo na indústria de transformação como deveria.
‘No entanto, o investimento em máquinas é 35% menor do que o que tínhamos há 10 anos’, recordou Velloso. Esta situação é um sinal de que o país está perdendo oportunidades de investimento e não está aproveitando a sua capacidade de produzir bens de capital.
A Guerra Comercial e as Consequências para o Brasil
A guerra comercial entre Estados Unidos e China já está tendo consequências para o Brasil. Velloso lembrou que o governo americano anterior, sob o comando de Joe Biden, já trabalhava com medidas tarifárias, e a perspectiva é de continuidade do protecionismo na liderança de Donald Trump, principalmente sobre os produtos chineses. Isso já está afetando a indústria nacional, sobretudo a de máquinas e automóveis, que tem maior valor agregado.
‘Isso já tem sido um problema para a indústria nacional, sobretudo a de máquinas e automóveis, que tem maior valor agregado’, acrescentou Velloso. Com a continuidade de restrições impostas pelos Estados Unidos, esse efeito deve persistir no Brasil e em outros países.
Reprimarização e a Pauta de Exportação
A pauta de exportação brasileira também está sendo afetada pela reprimarização. O ranking de 2024 mostra que 26% das exportações foram destinadas para os Estados Unidos, seguida por 9% para a Argentina, 6,2% para Cingapura, e 6% para o México. A Abimaq ressaltou que os Estados Unidos são o principal destino das exportações de máquinas e equipamentos brasileiros.
A reprimarização e a pauta de exportação são dois problemas que precisam ser abordados urgentemente pelo governo brasileiro. A indústria de transformação é fundamental para o desenvolvimento de bens de capital e a competitividade no mercado internacional. O país não pode mais se contentar com a exportação de itens com baixíssima transformação e precisa investir na indústria de transformação para garantir o seu crescimento econômico.
Fonte: @ Mercado e Consumo
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