Cometa do Século atinge o periélio na sexta-feira, correndo risco de se desintegrar, após passar pela Nuvem de Oort e pelo Sistema Solar.
O cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) está prestes a atingir o periélio, o ponto de maior proximidade com o Sol, nesta sexta-feira (27). Descoberto em janeiro de 2023 pelo Observatório Chinês de Tsuchinshan e confirmado pelo ATLAS (Sistema de Alerta de Impacto de Asteroides), da NASA, esse evento é considerado um momento crucial para os astrônomos. A proximidade com o Sol pode ser um teste de resistência para o cometa.
Depois desse encontro, os especialistas vão avaliar se o cometa se tornará um grande espetáculo visível a olho nu, com uma longa cauda luminosa, ou se ele vai se desintegrar devido à força gravitacional do Sol, desaparecendo para sempre. A possibilidade de o cometa se desintegrar é uma preocupação, pois isso pode resultar em uma chuva de meteoros ou até mesmo em um meteorito. Se o cometa sobreviver, ele pode se tornar um dos mais brilhantes do século, um verdadeiro “Cometa do Século”.
O Cometa do Século: Um Fenômeno Celeste Raro
O Cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) é um objeto celeste que tem gerado grande interesse entre os astrônomos e entusiastas da astronomia. Sua designação ‘C’ indica que é um cometa não periódico, originário da Nuvem de Oort, e pode passar pelo Sistema Solar apenas uma vez ou demorar milhares de anos para retornar. A letra ‘A3’ revela que foi o terceiro objeto desse tipo descoberto na primeira quinzena de janeiro de 2023, enquanto o sufixo Tsuchinshan-ATLAS faz referência às instituições envolvidas na sua descoberta.
O Cometa C/2023 A3 tem um tamanho suficiente para passar ileso pelo periélio, o ponto mais próximo do Sol. Embora alguns estudos afirmem que o cometa pode se desintegrar ao se aproximar do Sol, outros defendem que seu tamanho é suficiente para resistir à intensa força gravitacional do astro. Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, afirma que o cometa tem dois momentos de visibilidade.
A Visibilidade do Cometa
O primeiro momento de visibilidade começou em 15 de setembro e vai até o periélio. ‘Esta é a última e melhor oportunidade para observá-lo próximo ao horizonte leste no início da manhã. A partir de então, ele vai ‘despencar’ em direção ao Sol, deixando de ser visível no dia 4 de outubro e reaparecendo novamente a partir do dia 12 ao anoitecer, na direção oeste’, explica Zurita. Ele não vê tanta probabilidade na desintegração do cometa. ‘Ele vem resistindo e quanto mais passa o tempo, menor a chance de fragmentação.’
A maior aproximação do Cometa C/2023 A3 com a Terra está prevista para o dia 12 de outubro, quando o cometa passará a cerca de 41,2 milhões de km do planeta, entre as órbitas de Mercúrio e Vênus. Nesse momento, chamado de perigeu, é possível que o objeto alcance um brilho similar ao de Vênus, o corpo celeste mais brilhante do céu noturno, com exceção da Lua. No entanto, encontrar um local adequado será um desafio, pois o cometa estará baixo no céu, dificultando a visibilidade, especialmente em regiões urbanas com poluição e alta luminosidade.
A Órbita do Cometa
A órbita do Cometa C/2023 A3 é retrógrada, ou seja, ele se move na direção oposta à maioria dos objetos do Sistema Solar. Isso indica que este é um cometa de longo período, o que significa que sua próxima passagem pelo Sistema Solar pode levar milhares de anos. Além disso, o cometa pode ser um objeto que se originou da Nuvem de Oort, uma região do Sistema Solar que contém bilhões de cometas e asteroides. A passagem do Cometa C/2023 A3 pelo Sistema Solar é uma oportunidade única para os cientistas estudarem a composição química de cometas e asteroides, e entender melhor a formação do Sistema Solar.
A passagem do Cometa C/2023 A3 também pode ser uma oportunidade para observar a formação de meteoros e meteoritos. Quando um cometa se aproxima do Sol, sua superfície pode se vaporizar, criando uma cauda de gás e poeira que pode ser vista da Terra. Se o cometa se desintegrar, pode criar uma chuva de meteoros que podem ser observados da Terra. Além disso, se o cometa colidir com a Terra, pode criar um meteorito que pode ser estudado pelos cientistas.
Fonte: @Olhar Digital
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