Caixa de empresas brasileiras alcança recorde de recursos obtidos no mercado de capitais, de crédito privado, mostrando acesso a recursos financeiro de longo prazo exigível.
Com a alta do mercado de crédito, as empresas têm encontrado maior facilidade para obterem recursos financeiros, o que não é o caso na economia tradicional onde os juros altos são um entrave, dificultando o acesso ao crédito.
Essa expansão do crédito, no entanto, não é sem riscos. A alta expansão do crédito privado pode levar a uma perda de confiança tanto no sistema financeiro quanto no mercado de crédito, levando a uma redução da quantidade de opções para os investidores, e consequentemente a uma alta nos juros. Nesse cenário, as empresas que se beneficiaram com o crédito agora podem enfrentar uma alta nos juros, refletindo negativamente nas suas finanças.
Crédito bancário diminui enquanto emissões de ações crescem
A alta do mercado de capitais tem se destacado como uma saída preferencial para as empresas brasileiras, que priorizam a abertura de capital como forma de financiamento, em detrimento da alta de juros que marca o crédito bancário. Isso é evidente no estudo do Centro de Estudos do Financiamento das Empresas Brasileiras da Fipe (Cefeb-Fipe), que revela uma queda expressiva da porcentagem de crédito bancário na captação líquida das companhias, caindo de 2,60% do PIB no trimestre encerrado em dezembro de 2023 para níveis próximos de 1,5% em julho de 2024.
Por outro lado, a alta do mercado de capitais tem se destacado com a expansão das ofertas no mercado de capitais, que mais que dobrou em apenas alguns meses, passando de 1,37% do PIB em janeiro para 3,47% em julho. Algo notável é que, de acordo com o estudo, nada menos do que 60% do que entrou no caixa de todas as empresas brasileiras entre maio e julho foi proveniente de emissões, um recorde histórico que demonstra a tendência das empresas em priorizar a abertura de capital como uma saída para o financiamento, especialmente na atual conjuntura de alta de juros.
De acordo com o estudo do Cefeb-Fipe, o mercado de capitais passou a representar 30% do exigível financeiro, frente a 16,2% em 2016, mostrando a crescente importância desse mecanismo para o financiamento das empresas. O economista-chefe da JGP, Fernando Rocha, confirma essa tendência, afirmando que as empresas estão se valendo de um financiamento longo via mercado de capitais, mais barato que o bancário, no mesmo momento de um aperto monetário.
A alta do mercado de capitais tem sido vista como uma saída preferencial para as empresas brasileiras, que buscam financiamento a custos mais baixos, em detrimento do crédito bancário, que se encontra sob pressão de alta de juros. Isso é evidente na expansão das ofertas no mercado de capitais, que mais que dobrou em apenas alguns meses, passando de 1,37% do PIB em janeiro para 3,47% em julho.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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