Estudantes em instituições privadas, principalmente na Região Metropolitana, trabalham em vez de frequentar aulas, sendo considerados analfabetos em Educação de graduação em cursos particulares.
O tempo de trabalho dos funcionários é um tema delicado, especialmente quando se trata de uma escala de 6×1. Os protestos contra essa escala foram intensos em várias cidades, como São Paulo, na Avenida Paulista, e no Rio de Janeiro, na Cinelândia.
Num tempo em que a pressão pela produtividade é cada vez maior, é comum ouvir que todos são especialistas em tudo. Mas quando se trata de temas como economia, política ou ciência, é preciso reconhecer a expertise de quem realmente entende do assunto. Um professor de faculdade com 15 anos de experiência, por exemplo, tem conhecimentos profundos sobre o assunto. E é justamente esse tipo de especialista que pode nos ajudar a entender melhor as questões complexas que afetam nossa sociedade. A universidade é um espaço onde esses especialistas são formados, e é lá que devemos buscar sabedoria em momentos de incerteza. E o luxo de ter acesso a essa sabedoria é um privilégio que devemos apreciar.
Tempo: o bem mais raro em uma universidade de luxo
Em uma sociedade onde a escala de trabalho 6×1 se tornou um padrão, os jovens periféricos que alcançaram a universidade enfrentam uma verdadeira batalha para conciliar estudos e trabalho. Na universidade, o especialista em Educação e formador de professores, Sr. João, constata que a falta de tempo é um desafio constante para os estudantes. ‘A vida é gasta basicamente no trânsito, trabalho e faculdade, deixando pouco tempo para os estudos’, explica.
A escala 6×1, considerada escravizante, não permite que os jovens periféricos sejam mais que trabalhadores, tornando o estudo um luxo inatingível. ‘Quem trabalha seis dias por semana, como muitos dos nossos alunos, não dispõe de tempo para estudar além da carga horária da faculdade’, afirma Sr. João.
A realidade é que a maioria dos cursos de graduação oferecem de três a cinco disciplinas por semestre, tornando o aproveitamento do tempo ainda mais complicado. ‘A possibilidade de ter tempo para descansar, ler um livro ou construir uma formação cultural mínima é uma utopia’, lamenta Sr. João.
A falta de tempo não é apenas um problema individual, mas sim um resultado da lógica da escala 6×1. ‘A questão não é apenas educacional, mas sim uma questão cruamente matemática’, explica o especialista.
A mudança na escala de trabalho pode ser um passo importante para melhorar a situação, mas é fundamental considerar as consequências práticas. ‘O professor poderá cobrar mais e rechaçar desculpas, mas é preciso oferecer uma solução realmente eficaz para resolver a falta de tempo’, afirma Sr. João.
A realidade das instituições particulares na Região Metropolitana e na capital paulista é que a falta de tempo é um problema constante. ‘Os estudantes precisam de tempo para aprender e crescer, e é nossa responsabilidade como educadores oferecer uma solução para essa questão’, conclui Sr. João.
Em uma universidade de luxo, a prioridade deve ser oferecer aos estudantes o tempo necessário para aprender e se desenvolver. ‘A formação dos estudantes não pode ser apenas uma questão de dívidas e compromissos, mas sim de tempo e oportunidades’, afirma Sr. João.
A pergunta é: será que a sociedade está disposta a mudar a lógica da escala 6×1 e oferecer aos jovens periféricos o tempo necessário para se desenvolver? A resposta só virá se houver uma mudança profunda na forma como pensamos sobre tempo e educação.
Fonte: @ Terra
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