Compradores mudam hábitos e influenciam mercado imobiliário. Eles valorizam características urbanas e estilo de vida, optando por unidades de diferentes tamanhos que atendam seus gostos e necessidades.
Na criação de um lifestyle imobiliário, é essencial considerar o equilíbrio entre funcionalidade, estética e viabilidade financeira. A escolha dos materiais, a distribuição dos espaços e a estilo de arquitetura devem refletir as necessidades e preferências do comprador.
Além disso, é fundamental considerar as características urbanas do entorno, como a proximidade de serviços, transporte público e infraestrutura, bem como as regras e regulamentações locais que podem afetar a preferências estéticas e o lifestyle dos moradores. Em áreas urbanas, por exemplo, a demanda por estéticas modernas e estilo contemporâneo pode ser mais alta, enquanto em áreas rurais, a prioridade pode ser dada à integração com o meio ambiente e ao lifestyle mais tranquilo e relaxante.
Estilo de vida urbano em alta demanda
O que define a cara de um imóvel, sua funcionalidade e até a demanda por ele está cada vez mais relacionado ao estilo de vida das pessoas que pretendem o habitá-lo. O imóvel existe para ser habitado, e a configuração das famílias, a forma como vivemos a cidade, nossas rotinas e nossos hábitos precisam nortear o mercado na hora de fazer lançamentos. As construtoras e incorporadoras estão descobrindo que critérios exclusivamente econômicos, sociais e demográficos não são suficientes para guiar suas escolhas.
Não basta avaliar apenas a renda ou o tamanho das famílias (com filhos ou sem filhos? Se sim, quantos?). O estilo de vida dos potenciais compradores deveria nortear as escolhas tanto quanto qualquer outro critério. Hoje existe uma grande assimetria entre as ‘personas’ para quem os empreendimentos foram inicialmente projetados e as que efetivamente estão comprando ou habitando estes imóveis.
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Prova disso é a proliferação de empreendimentos que oferecem unidades de diferentes metragens num único projeto. São condomínios que reúnem pessoas e famílias com características bem diferentes, mas que têm, em comum, a vontade de morar em determinado bairro ou região da cidade, a valorização de uma assinatura arquitetônica ou serviços que atendam seus gostos pessoais ou estilos de vida que unem estas ‘tribos’ em atributos muito mais sociais e de comportamento do que estatísticos.
Na cidade de São Paulo, não faltam exemplos disso. A SKR criou o conceito de Arquitetura Viva, cujo foco é em novas experiências de moradia e interação, e a Setin trouxe o conceito Alma Brasileira, valorizando a estética e os talentos do design nacional. Há empreendimentos com diversas tipologias, que unem os moradores não pelo perfil familiar, mas por viver em um local integrado ao seu entorno, com uma arquitetura para ser vista e também funcional e com recursos tecnológicos, além de acesso às praticidades da vida urbana, como lazer, comércio e serviços.
Empreendimentos como esse não são exatamente novos: no caso da capital paulista, basta olhar para ícones como o Conjunto Nacional, o Edifício Copan e dezenas de outras construções das décadas de 1950 e 1960 que já traziam a proposta de reunir unidades de diferentes tamanhos e configurações num único prédio.
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O mercado está, de certa forma, redescobrindo que a localização e o estilo de vida propiciado por uma moradia às vezes são o fator decisivo para o potencial morador. Essa percepção empírica, baseada no surgimento de edifícios com unidades de perfis diversos, é corroborada pelos números. A última pesquisa ‘Tendências de moradia’, do Data ZAP, publicada neste ano, traz insights sobre o tema.
Há, por exemplo, um crescimento na procura por equipamentos ‘não convencionais’ nos condomínios. Itens tradicionais, como churrasqueira, salão de festas e academia, continuam atraindo boa parte dos compradores, mas há três categorias novas que já despertam nível ‘alto’ de interesse em mais de 30% dos entrevistados:
Características urbanas em alta demanda
Entre os itens novos em alta demanda estão:
– Espaços de trabalho e coworking para os que preferem o estilo de vida flexível e que valorizam a vida urbana;
– Áreas verdes e espaços de lazer, que devem ser cada vez mais integrados ao design arquitetônico dos condomínios;
– Serviços de segurança e vigilância, que são considerados fundamentais para o estilo de vida seguro e tranquilo dos moradores;
– Opções de gastronomia e restaurantes, que são cada vez mais valorizados pelos moradores que buscam uma experiência de vida urbana mais rica e diversificada.
Essa mudança no mercado de imóveis reflete a evolução do estilo de vida urbano, que valoriza a proximidade, a diversidade e a conexão com a cidade.
Fonte: © Estadão Imóveis
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