Dermatite atópica na pele de crianças: pesa no sono dos responsáveis, que dormem menos e se medicam mais para dormir, afetados pela privação de sono e pela condição caracterizada como inflamatória crônica, sem a criança.
A saúde é um bem fundamental para a qualidade de vida de todos os seres humanos. No entanto, certas condições podem afetar negativamente a saúde de crianças, como a dermatite atópica, uma doença inflamatória crônica da pele que causa coceira e irritação intensa.
Segundo o National Health Interview Survey (NHIS), famílias com crianças que sofrem de dermatite atópica enfrentam um maior desafio em relação à privação de sono, em decorrência da coceira intensa que caracteriza a condição. Isso pode levar a uma maior dependência de medicamentos para dormir, propiciando um ciclo vicioso que afeta a saúde dos pequenos.
A Privação de Sono: Um Impacto Subestimado na Saúde
Pesquisadores recentemente revelaram que 45,2% dos pais de crianças com dermatite atópica enfrentam privação de sono, com apenas 7 horas de sono por noite, em comparação com 37,1% dos pais de crianças sem a condição. Além disso, 13,3% desses pais afirmaram usar medicamentos para dormir, enquanto 9,9% do grupo de controle adotaram essa estratégia. Essa análise se baseou em informações de 6,1 milhões de pais de crianças com dermatite atópica e 41,3 milhões de pais de crianças sem a condição.
A coceira severa, comum em crianças com dermatite atópica, é um verdadeiro obstáculo ao sono, forçando os pais a acordarem repetidamente durante a noite para prestar assistência. Esse padrão de interrupções frequentes não apenas intensifica a privação de sono, mas também impede que os pais alcancem estágios profundos do descanso, essenciais para a recuperação física e mental.
Essas perdas acumuladas, mesmo que pequenas, têm sido associadas a problemas de saúde, como hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, a privação contínua de sono pode desencadear alterações metabólicas e hormonais, agravando os riscos para a saúde geral dos cuidadores e impactando sua qualidade de vida.
O estudo, publicado na revista científica Pediatric Dermatology, revelou que os pais de crianças com eczema apresentaram 22% menos chances de atingir as 7 horas de sono recomendadas e 26% mais chances de usar medicamentos para dormir. Embora o estudo não avalie a gravidade da dermatite ou os tipos de medicamentos utilizados, ele evidencia o impacto significativo da condição na rotina familiar.
Especialistas destacam a importância de tratar de modo assertivo os sintomas noturnos da dermatite atópica em crianças para reduzir o impacto em seu desenvolvimento – e no sono dos pais. Estratégias não farmacológicas, como melhoria na higiene do sono, e avanços em tratamentos para a condição dermatológica em si podem contribuir para minimizar essa carga familiar.
As consequências da privação de sono para os cuidadores e a qualidade de vida são reais. Agravados por uma condição crônica como a dermatite atópica, esses problemas podem se tornar insuperáveis. Melhorar a saúde e a qualidade de vida de crianças com dermatite atópica significa também trabalhar pela saúde e bem-estar de seus cuidadores.
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Fonte: @ Veja Abril
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