O novo presidente do Banco Central precisa comunicar objetivos claros em linguagem acessível.
Na contramão desse cenário, o governo Bolsonaro nomeou o economista Gabriel Galípolo para o cargo de presidente do Banco Central no dia 8 de setembro de 2022, durante um período de alta inflação, que atingiu 10,01% no mês de julho daquele ano. A inflação é um dos temas mais polêmicos da economia brasileira e, como presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo se tornará o principal responsável por sua estabilização.
A alta dos preços afeta diretamente a população, pois o poder de compra dos brasileiros tende a diminuir com o aumento da inflação. A inflação alta é um dos principais desafios para o novo presidente do Banco Central, que precisará adotar medidas eficazes para controlá-la e manter a estabilidade econômica do país. Além disso, a inflação alta também pode impactar negativamente a economia, pois pode levar a uma redução na produção e investimentos, e pode afetar a confiança dos consumidores.
Busca por Estabilidade
Uma alternativa inusitada para abordar a questão da estabilidade econômica é analisar a influência das redes sociais e seus ‘finfluencers’ nos últimos dias. Os ‘influenciadores financeiros’ compartilharam suas opiniões acaloradas sobre a alta da cotação do dólar, desvalorização do real e propostas governamentais, como o cadastro geral dos animais domésticos, que poderia ser um disfarce para um imposto. Essas discussões criaram um clima sombrio, refletindo a ansiedade das pessoas em relação à segurança de suas riquezas financeiras.
A preocupação com a inflação é um tema peculiar, pois o modelo de metas de inflação do Banco Central não leva em conta a variação de preços dos ativos financeiros na determinação da taxa de juros. A inflação é considerada relativamente estável em torno de uma meta e tem um componente aleatório que pode ser corrigido com mudanças na taxa Selic.
Entendendo a Aleatoriedade
Para compreender melhor a inflação, é fundamental analisar a variação mensal do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos 10 anos. O gráfico da variação mensal do IPCA mostra que a faixa mais frequente de variação foi entre 0,25% e 0,50%. Isso indica que a inflação tem um componente aleatório, representado pela altura das barras do gráfico, que tem um formato parecido com o de um sino com uma cauda para a direita.
A barra mais à esquerda indica que os meses com inflação negativa representaram 9% do total. A faixa seguinte, com intervalo entre zero e 0,25%, representou 22% dos meses, e assim sucessivamente. Essa análise sugere que a inflação está ancorada em um determinado valor e, de vez em quando, oscila para mais ou para menos.
Impactos na Economia
O Banco Central ajusta a taxa de juros para manter o IPCA ancorado, o que provoca impactos na economia e corrige eventuais desvios da inflação. O gráfico da taxa de juros mensal, por faixas, tem uma forma diferente da do IPCA porque o BC estabelece a taxa Selic de forma discricionária. Isso significa que a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC estabelece, a seu critério, a taxa Selic.
A busca por estabilidade econômica é um desafio contínuo, e a compreensão da inflação e do seu componente aleatório é fundamental para que o Banco Central tome decisões informadas. A análise dos gráficos de frequência por faixas é um ferramenta valiosa para entender as características da inflação e ajustar a política monetária para manter a estabilidade econômica.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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