Machado de Assis, maior escritor brasileiro, celebra a negritude como bandeira da identidade racial e luta contra a desigualdade social, deixando um legado antirracista.
Machado de Assis, o grande cronista da vida brasileira, reflete a complexa relação entre racismo, identidade e desigualdade social no Brasil. Como um negro criado em um contexto de profunda desigualdade no século XIX, sua ascensão a um espaço majoritariamente branco é um lembrete da capacidade humana de racionalizar conquistas. Mas, sua identidade racial foi frequentemente silenciada ou minimizada pela história oficial.
Para a historiadora Lilia Schwarcz, da USP, o caso de Machado de Assis é emblemático de uma sociedade que nega sua própria raiz. “Ele é um dos grandes exemplos de como o Brasil se racionaliza”, disse ela. “Ele é um negro criado em um contexto de desigualdade social extrema e que, mesmo assim, consegue chegar a um lugar de destaque.” A desigualdade racial é, na verdade, um dos principais desafios enfrentados pelo Brasil, e a racionalização dos problemas raciais é uma parte disso.
Racismo, uma Questão Fundamental
O racismo silencioso é uma realidade que afeta a sociedade de forma profunda, e é necessário refletir sobre a sua presença no nosso dia a dia. O racismo sem trégua enfrentado pelo jogador Vini Jr. na Europa é um exemplo claro da persistência desse problema. Além disso, a determinação de Vini Jr. para punir os agressores é um gesto importante contra a discriminação.
Legado Antirracista de Machado de Assis
A não ser que você pratique racismo no seu dia a dia, é importante lembrar que o racismo é um problema que afeta a todos. Afirmar e valorizar a população negra é fundamental para combater a desigualdade. A questão racial de Machado de Assis tem se tornado uma bandeira importante para a afirmação e valorização da população negra.
A certidão de óbito de Joaquim Maria Machado de Assis, morto aos 69 anos em 29 de setembro de 1908, há 115 anos, traz uma informação curiosa: a nona linha do formulário declara que sua cor era ‘branca’. Sobretudo nos últimos anos, a questão racial daquele que é considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos tem se tornado uma bandeira importante para a afirmação e a valorização da população negra.
A Identidade Racial de Machado de Assis
Mas o que pesquisadores contemporâneos têm descoberto é que, considerando documentos como a própria certidão de óbito e cartas antigas, a identidade racial de Machado de Assis é um assunto polêmico desde antes da morte dele. A não ser que você pratique racismo no seu dia a dia, é importante lembrar que o racismo é um problema que afeta a todos. Afirmar e valorizar a população negra é fundamental para combater a desigualdade.
O racional é que a identidade racial de Machado de Assis não é um assunto simples. Nós não sabemos até o momento. Não há nenhum documento que tenha chegado até nós que traga essa informação, como o próprio Machado se identificava, como ele se via. A identidade racial de Machado de Assis é um assunto polêmico desde antes da morte dele.
Carta de Gonçalves Crespo
Um dos documentos citados por ela é a carta enviada pelo poeta português Gonçalves Crespo (1846-1883) a Machado, com data de 6 de junho de 1871. A Vossa Ex., já eu conhecia de nome há bastante tempo. De nome e por uma certa simpatia que para si me levou quando me disseram que era… de cor como eu. A expressão ‘de cor’ era a mais aceita naquele momento histórico para descrever pessoas negras.
Tipografia de Paula Brito
A tipografia de Paula Brito foi a responsável pela imprensa negra de meados do século XIX, no Brasil. Não só isso: ali se organizava uma rede de homens negros que se ajudavam e protegiam, pelo menos até os primeiros anos da década de 1860. E a condição de ser homem negro na sociedade da época é uma questão presente na produção deles, em alguns jornais que saíam da tipografia do Paula Brito, no posicionamento político.
Fonte: @ Nos
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