Trabalhadores foram resgatados, danos ambientais ultrapassam R$ 1 bilhão e incluem contaminação de lençóis e minas subterrâneas, afetando biodiversidade local.
Em uma região agreste, o garimpo ilegal de ouro é uma atividade econômica exploratória, muitas vezes realizada de forma clandestina, desrespeitando as leis de mineração.
Na cidade de Maués, no Amazonas, a Polícia Federal, em uma operação conjunta, desativou minas subterrâneas de garimpo ilegal de ouro. Durante a ação, trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão foram resgatados. O garimpo, quando realizado de forma ilegal, pode causar danos ambientais e sociais, como contaminação de rios e exploração de trabalhadores.
Garimpo ilegal: uma ameaça persistente às riquezas naturais
A Operação Mineração Obscura 2, realizada pela Polícia Federal no Amazonas, revelou um método incomum e de alto risco de garimpo, que causou danos ambientais avaliados em R$ 1 bilhão, incluindo desmatamento, contaminação de lençóis freáticos e degradação de áreas de preservação. Além da PF, a operação contou com equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho e Fundação Nacional dos Povos Indígenas. A investigação teve início a partir de denúncias de exploração de mão de obra degradante e uso de cianeto na extração ilegal de ouro. As equipes verificaram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas, sem acesso a direitos básicos e estavam expostos aos riscos decorrentes do uso de substâncias tóxicas.
Um problema persistente: o garimpo ilegal
A investigação é um desdobramento da Operação Déjà Vu, que teve início a partir de denúncias de exploração de mão de obra degradante e uso de cianeto na extração ilegal de ouro. Durante a ação, as equipes verificaram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas, sem acesso a direitos básicos e estavam expostos aos riscos decorrentes do uso de substâncias tóxicas. A mesma semana, uma operação conjunta da PF, ICMBio, Ibama e Força Nacional desativou um garimpo ilegal de cobre em Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará. No mês passado, três garimpeiros ficaram presos em um poço aberto ilegalmente na região.
A exploração de minas subterrâneas
Segundo a PF, os poços de extração de cobre chegam a alcançar 50 metros de profundidade e 100 metros de comprimento total, trazendo risco à vida dos trabalhadores, muitas vezes submetidos a condições análogas à escravidão. O ICMbio estima que, nos últimos cinco anos de funcionamento do garimpo, os poços provocaram um prejuízo superior a R$ 362 milhões pela usurpação de bem mineral da União, além de R$ 6,2 milhões por danos ambientais. A ação cumpriu mandado de busca e apreensão que autorizou a destruição de máquinas e alojamentos usados no garimpo ilegal dentro da Floresta Nacional de Itacaiúnas.
Consequências do garimpo ilegal
A região já foi alvo de diversas operações, porém a exploração ilegal retorna ao local, muitas vezes com estrutura ainda maior. A manutenção dessa atividade costuma ocorrer com apoio de financiadores de fora do Estado, com investimento em construção de aporte de energia elétrica e transformadores de grande capacidade, casas de apoio com estrutura para alimentação e sono, afetando a biodiversidade local. Até o momento, foi realizada penhora solidária de R$ 6 milhões de três investigados, para reparação de danos ambientais e econômicos.
Fonte: @ Terra
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