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Burocracia limita acesso de comercializadoras, mas potencial de consumo é significativo. Critérios de sustentabilidade são essenciais.
Em busca de redução de despesas e de alcançar objetivos de sustentabilidade, as entidades governamentais vinculadas aos governos federal, estadual e municipal começaram a demonstrar maior interesse pelo mercado livre de energia elétrica recentemente, após a flexibilização das normas implementada em março de 2025.
Essa abertura no mercado de energia tem proporcionado oportunidades significativas para as instituições públicas buscarem alternativas mais econômicas e ecologicamente sustentáveis. A possibilidade de escolha de fornecedores e a negociação direta de contratos têm se mostrado vantajosas para a administração pública, que busca cada vez mais autonomia e eficiência no setor livre de energia.
Mercado Livre de Energia: Novas Possibilidades para Consumidores de Alta Tensão
A partir deste ano, os consumidores de alta tensão têm a oportunidade de adentrar no mercado de energia livre, onde podem exercer sua liberdade de escolha em relação ao fornecimento de eletricidade. Nesse ambiente de contratação livre, os clientes têm a possibilidade de selecionar seu supridor de energia, seja por meio de uma comercializadora ou de uma geradora de energia. Dessa forma, os consumidores deixam de depender exclusivamente da geração negociada com a concessionária de distribuição.
O mercado livre de energia oferece uma abertura para que os clientes façam uma transição significativa em sua forma de consumir energia. Apenas os órgãos públicos de administração direta consomem cerca de 3% de toda a energia elétrica do Brasil, o que equivale a aproximadamente 15 gigawatts-hora (GWh) por ano, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Todos os clientes que decidirem migrar para o ambiente livre a partir deste ano devem estar vinculados a uma comercializadora, que assume a responsabilidade pela gestão dos contratos. Essa intermediação é fundamental para facilitar a migração de clientes que não possuem grande experiência no mercado de energia, como é o caso dos órgãos públicos.
Uma das distinções na contratação de energia no mercado livre por entes públicos em comparação com empresas privadas é a obrigatoriedade de realizar editais para promover a competição entre as comercializadoras. Alguns desses editais estabelecem condições para garantir maior segurança, como a exigência de que a comercializadora faça parte de um grupo com usinas de geração associadas ou que já tenha parques em operação, além da solicitação de garantias financeiras.
Em junho, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmou um contrato com a Echoenergia, pertencente ao grupo Equatorial (EQTL3), para ingressar no mercado livre com a aquisição de 320 gigawatts-hora (GWh) até dezembro de 2025. Esse acordo viabilizará o fornecimento de energia proveniente de fontes renováveis para 10 unidades da fundação em diferentes estados do Brasil, além do Distrito Federal.
A iniciativa não apenas promove uma gestão mais sustentável do ponto de vista ambiental, mas também resultará em uma economia estimada em mais de R$ 60 milhões anuais para a Fiocruz. O presidente da instituição, Mario Moreira, ressaltou que essa economia representará recursos adicionais para as atividades finalísticas da fundação.
A previsão é de que a transição para a energia proveniente de fontes limpas contribuirá para uma redução significativa das emissões de carbono da fundação ao longo do contrato. Para garantir a origem renovável da energia adquirida, o acordo inclui o fornecimento de certificados I-RECs, que asseguram a rastreabilidade das fontes de energia utilizadas.
A migração da Fiocruz para o mercado livre de energia é vista como uma estratégia de uso mais eficiente dos recursos públicos pela coordenadora-geral de infraestrutura da instituição, Ana Beatriz Alves Cuzzatti. Essa mudança representa um rompimento de paradigmas na administração pública, adotando soluções modernas e eficazes para o consumo de energia.
Fonte: @ Info Money
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