Estudantes sem redes sociais confiavam no desafio-de-ler, identificando anos de publicação de livros do livro-de-cada-país, alinhados a acontecimentos-importantes, responsáveis pelo sucesso-na-internet da resenha-viral.
🖥️Na era das redes-sociais, é cada vez mais complicado desligar-se completamente do mundo digital, ainda mais para aqueles que pretendem concorrer a vagas em instituições de ensino de grande reputação. Em 2022, o mundo digital se tornou uma ferramenta essencial para a busca por informações e conhecimento.
Quem optou por se afastar das redes-sociais e suas distrações, provavelmente, teve um desempenho diferente em relação ao público-alvo. Com o objetivo de obter os melhores resultados nas redes-sociais, a abordagem mais adequada é adotar um estratégia de trabalho em equipe, focada no compartilhamento de conhecimentos, formação e desenvolvimento profissional. Com essas ferramentas é possível conhecer e aprender com outros profissionais.
Reconhecendo o Poder das Redes-Sociais
Uma pergunta inusitada foi apresentada nos exames da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e exigia que os candidatos tivessem conhecimento sobre um conteúdo que viralizou nas redes-sociais em maio, tanto no TikTok quanto no Instagram. Para os que estavam ‘desconectados’, a única chance de acertar a resposta era saber exatamente o ano de publicação de um clássico da literatura brasileira. Porém,{‘ ‘}a pergunta custou a alguns candidatos que não estavam constantemente conectados ao mundo das redes.
Conhecendo a Literatura Brasileira
‘Ao fazer a prova da FGV, é preciso ser cronicamente on-line’, protestou uma aluna nas redes. Outra jovem escreveu: ‘Zoado cobrar datas’, criticando a questão. A universidade foi procurada pelo G1 para comentar a repercussão, mas não se pronunciou até a última atualização da reportagem. Veja a questão abaixo e tente responder, depois entenda quais conhecimentos literários seriam necessários para acertá-la:
Um Desafio de Ler
A questão menciona uma norte-americana que se desafiou a ler um livro de cada país do mundo, tornando-se um sucesso ao falar da obra que escolheu para representar o Brasil. A norte-americana em questão é Courtney Henning Novak, escritora e podcaster, de 45 anos de idade. Ela deu ‘sucesso-na-internet‘ ao falar da obra que escolheu, tornando-se uma resenha viral nas redes sociais.
Conhecendo o Clássico
A FGV não menciona o nome da pessoa no enunciado, mas é Courtney Henning Novak, escritora e podcaster americana, de 45 anos de idade. Ela mostrou seu ‘desespero apaixonado’ por um dos nossos clássicos, dizendo: ‘Preciso ter uma conversa com o pessoal do Brasil. Por que não me avisaram antes que este é o melhor livro já escrito? O que vou fazer do resto da minha vida depois que terminá-lo?’ Ela disse isso no vídeo que viralizou no TikTok.
Resenha Viral
Os candidatos que acompanharam essa história nas redes certamente levaram poucos segundos para acertar a resposta. Alternativa ‘C’, ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, obra publicada pelo autor brasileiro Machado de Assis (1839-1908) em 1881. É preciso dizer que a repercussão do vídeo da norte-americana extrapolou as redes-sociais, e o livro passou a liderar o ranking de ‘mais vendidos’ de um grande site de compras. Diversos veículos de imprensa produziram reportagens sobre a ‘resenha-viral’ (como o próprio G1 e o Jornal Nacional). Um aluno que tenha acompanhado essas matérias, mesmo sem usar TikTok, poderia ter acertado. Mas não necessariamente foi o caso de quem passou o ano mergulhado nos livros e nas apostilas.
Acontecimentos Importantes
‘A pergunta testa, na verdade, o quanto que o candidato está antenado com os acontecimentos importantes no país’, afirma Maurício Soares, professor de Literatura do Curso Anglo. ‘Dentro de atualidades, ela cabe. Como literatura, não. Ela sequer exige que o aluno saiba quem é Machado de Assis para entender por que o vídeo viralizou’. Outra ‘saída’ para quem não usou redes-sociais neste ano seria ter alguma noção de cronologia literária: entre Guimarães Rosa (1908-1967), Fernando Sabino (1923-2004), Machado de Assis (1839-1908), Euclides da Cunha (1866-1909) e Graciliano Ramos (1892-1953), os únicos que poderiam ter publicado uma obra em 1881 seriam o próprio Machado e Euclides da Cunha. Com um conhecimento mais aprofundado (e uma memória prodigiosa), o aluno poderia apostar mais fichas em Machado, já que da Cunha tinha apenas 15 anos em 1881. Não é uma ‘decoreba’ simples de se exigir de alguém que precisa estar atualizado com as redes e os acontecimentos importantes do país.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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