ouça este conteúdo
Após enchentes em Porto, 4 ocupações no centro da cidade por famílias afetadas. Histórico de enchente de maio, ocupação feita no domingo, cerca de 200 pessoas em perigo.
As ocupações de edifícios desocupados cresceram em número após os alagamentos em São Paulo. Pelo menos cinco ocupações feitas por grupos afetados pelas enchentes aconteceram no centro da maior cidade do Brasil desde as fortes chuvas de abril. A mais recente ocupação, realizada no último sábado (15) por aproximadamente 150 pessoas, foi interrompida, sob protestos, no mesmo dia pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Enquanto as ocupações continuam a ser uma forma de protesto e busca por moradia digna, as invasões de terrenos baldios também têm se tornado mais comuns. Recentemente, uma invasão em um terreno abandonado na região metropolitana de São Paulo resultou em um confronto com a polícia local, que tentou impedir a ação dos invasores.
Ocupações: Uma Alternativa em Meio às Enchentes
A cidade de Porto Alegre tem sido palco de diversas invasões, tomadas e ocupações nos últimos tempos, em meio às enchentes que têm afetado famílias e pessoas afetadas. Uma dessas ocupações, feita no domingo, abriga hoje cerca de 48 famílias, totalizando mais de 120 pessoas. Localizada no centro histórico, em um prédio abandonado há mais de uma década, a ocupação conhecida como Ocupação Desalojados pela Enchente Rio Mais Grande do Sul tem uma história peculiar.
Diferentemente de outras ocupações recentes, essa não foi liderada por um movimento social organizado, mas sim por famílias em busca de solução para a falta de moradia. Liziane Pacheco Dutra e seu marido, Anselmo Pereira Gomes, são alguns dos integrantes dessa ocupação. Liziane, uma faxineira de 37 anos, mudou-se com sua família para a ocupação após a casa deles no bairro Rio Branco ser atingida pelas enchentes.
‘Aqui em Porto Alegre, existem vários prédios ociosos, sem utilidade social alguma’, lamenta Liziane. Ela questiona a falta de ação das autoridades diante da crise habitacional e das enchentes. A situação se agravou com as ocupações recentes, que refletem o déficit habitacional na capital gaúcha. Segundo a Fundação João Pinheiro, em 2019, o déficit habitacional em Porto Alegre ultrapassava 87 mil moradias.
Carlos Eduardo Marques, pedreiro e técnico de celulares de 43 anos, também encontrou abrigo na ocupação com sua família após perderem tudo no bairro Sarandi. Ele destaca a solidariedade entre as famílias insatisfeitas nos abrigos, que se uniram em busca de uma solução. No entanto, a pressão da empresa proprietária do prédio é uma ameaça iminente, com um ultimato de 60 dias para desocupação.
As famílias resistem à ideia de se mudar para cidades temporárias ou abrigos, buscando uma solução digna para sua situação. A luta pela moradia e pela dignidade é o mote que une essas pessoas em meio ao perigo das enchentes e à incerteza do futuro. Enquanto a data limite de 12 de agosto se aproxima, a ocupação O Rio Mais Grande do Sul se mantém firme, acolhendo e lutando por seus direitos.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo