A Constituição de 1988 equiparou a magistratura aos demais poderes, criando um ambiente propício para decisões de primeira e segunda instância, graus de conflitos, sumas e precedentes vinculantes.
Ao equiparar a magistratura aos demais poderes da República, a Constituição de 1988 criou um ambiente favorável para decisões de primeira e segunda instância conflitantes com as posições dos tribunais superiores. De lá para cá, porém, esse fenômeno tem sido solucionado por meio de iniciativas como as súmulas e os precedentes vinculantes.
Essas medidas visam garantir maior segurança jurídica e uniformidade nas decisões judiciais, evitando deliberações contraditórias e promovendo uma maior coerência no sistema jurídico brasileiro. A busca por uma maior harmonização entre os diversos níveis de jurisdição é fundamental para fortalecer a credibilidade do Judiciário e garantir a efetividade das decisões proferidas em todo o país.
Decisões e Deliberações no Caminho da Uniformização
Para o desembargador Sérgio Fernandes Martins, a Justiça está trilhando o caminho correto para uniformizar suas decisões. Em uma entrevista à série Grandes Temas, Grandes Nomes do Direito, o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul destacou a importância desse processo. Martins ressaltou que a Constituição de 1988 conferiu à magistratura um papel fundamental como um dos poderes do Estado. Com isso, o Judiciário ganhou maior relevância nas definições das políticas públicas, indo além da resolução de conflitos privados. O desembargador enfatizou que as decisões judiciais passaram a impactar diversas áreas, como economia, saúde e educação.
Em meio a esse cenário, as deliberações dos magistrados de primeira instância se tornaram cruciais. Eles passaram a ter a liberdade de interpretar os processos de acordo com sua consciência e visão da lei. No entanto, essa diversidade de decisões gerou certa insegurança, que, por vezes, precisou ser corrigida pelos tribunais superiores. A multiplicidade de visões acabou criando desafios para a jurisprudência.
Diante desse panorama, surgiram iniciativas para promover a uniformização das decisões judiciais. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) desempenhou um papel fundamental nesse processo, estabelecendo precedentes e súmulas vinculantes para orientar a interpretação da lei. Essas medidas contribuíram para evitar decisões contraditórias e reduzir a quantidade de processos em tramitação.
O desembargador Martins destacou que essas ações representaram um avanço significativo, proporcionando um ambiente favorável para decisões mais coesas. Ele acredita que o Judiciário está no caminho certo para solucionar os desafios relacionados à diversidade de interpretações legais. Com uma trajetória marcada por importantes cargos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e no Tribunal Regional Eleitoral, Martins demonstra um compromisso sólido com a busca por uma justiça mais eficiente e uniforme.
Fonte: © Conjur
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