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Registrar crime de ilegalidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, investigação pela Polícia Federal em atuação.
O parlamentar Alexandre Ramagem (PL-RJ) mencionou hoje que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava ciente da gravação do diálogo que faz parte da apuração da Polícia Federal (PF) sobre a conduta irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecida como ‘Abin Paralela’.
Segundo Ramagem, a gravação em áudio foi crucial para a investigação da PF, revelando detalhes importantes sobre a atuação da Abin. O deputado ressaltou que o registro do diálogo foi fundamental para esclarecer a participação de Bolsonaro no caso.
Gravação revela diálogo entre Ramagem, Bolsonaro e Heleno
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do áudio, que foi apreendido no celular de Ramagem, ex-diretor da Abin durante o governo Bolsonaro, em uma das fases da investigação. Na gravação, Ramagem, Bolsonaro e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno conversam com duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O diálogo ocorreu em agosto de 2020, quando elas buscavam medidas para tentar anular a investigação contra o parlamentar, que foi investigado por ‘rachadinha’ no seu gabinete quando ele ocupou o cargo de deputado estadual.
Em 2021, a investigação foi anulada pela Justiça. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Alexandre Ramagem afirmou que Bolsonaro tinha conhecimento de que a conversa seria gravada com objetivo de registrar um crime contra o ex-presidente. ‘Essa gravação não foi clandestina. Havia o aval e o conhecimento do presidente. A gravação aconteceu porque veio uma informação de uma pessoa que viria na reunião, que teria contato com o governador do Rio à época [Wilson Witzel], que poderia vir com uma proposta nada republicana. A gravação seria para registrar um crime contra o presidente da República, só que isso não aconteceu. A gravação foi descartada!’, justificou.
Ramagem também afirmou que as advogadas de Flávio apresentaram ‘possíveis irregularidades’ que estariam ocorrendo na parte da investigação que envolvia a Receita Federal e sugeriram a atuação do GSI. O ex-diretor declarou que foi contra a sugestão. ‘Falei que a inteligência não tem como tratar de dados de sigilo bancário e fiscal, não haveria o resultado pretendido. A atuação do GSI seria prejudicial para o general Heleno, que não seria a via correta e não teria resultado. Ou seja, informando que o que deveria ser feito era cientificar a própria Receita para abertura de procedimento interno e administrativo, na forma legal, para qualquer desvio de conduta que possa estar acontecendo’, disse.
O ex-diretor também isentou Jair Bolsonaro da acusação de favorecer seu filho. ‘De toda a reunião, as advogadas devem ter falado 80% da reunião, contando os episódios. O presidente Bolsonaro pouco se manifestou. Quando o presidente se manifestou, sempre informou que não queria favorecimento’, completou.
Preocupações com a gravação
Ao contrário da afirmação de Ramagem, Bolsonaro e o general Heleno demonstraram preocupação com o eventual vazamento da conversa que foi gravada. Heleno: Tem que alertar ele [chefe da Receita], ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar de gente de confiança dele’. Em seguida, Jair Bolsonaro parece desconfiar que está sendo gravado e disse que não queria ‘favorecer ninguém’.
‘Tá certo. E deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém está gravando alguma coisa, que não estamos procurando favorecimento de ninguém’, afirmou.
Menção a Witzel no áudio
No áudio, Bolsonaro citou Witzel e afirmou que o ex-governador do Rio teria pedido uma ‘vaga no Supremo’ em troca de favorecimento para Flávio Bolsonaro.
Fonte: @ Agencia Brasil
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