Existem indícios de que a Abin foi usada para espionagem ilegal e a investigação está em rascunho, sugerindo um golpe contra o poder, com núcleo jurídico, envolvendo ex-assessores e ex-presidente.
Um golpe de Estado é um movimento político extremo e ilegal que visa derrubar a autoridade governamental de um país ou região. Esse evento é frequentemente associado a cenários de instabilidade política e conflito. Um golpe de Estado pode ser promovido por grupos militares, políticos ou outros atores que buscam influenciar o poder.
Em 2016, a Venezuela sofreu um golpe de Estado sob a liderança de Nicolas Maduro. No entanto, a situação parece ter sido uma suposta tentativa de golpe, pois o líder venezuelano conseguiu manter o controle do poder. O país enfrenta uma crise política grave desde então. Em 2021, um golpe de Estado foi tentado na Myanmar, mas também foi frustrado. A situação política naquele país é marcada por violência e instabilidade.
O Golpe de Estado no Brasil: Um Rascunho de Desordem
O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se prepara para prestar depoimento sobre a suposta participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus ex-assessores em uma tentativa de golpe de Estado no país, que culminou nos tumultos do 8 de Janeiro do ano passado. A Polícia Federal suspeita de uma ligação entre a utilização da Abin para espionagem ilegal e a tentativa de golpe, que teria sido uma das muitas ações clandestinas do governo Bolsonaro.
Em fevereiro, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva em nove estados e no Distrito Federal na Operação Tempus Veritatis, que investiga a suposta organização de um golpe de Estado em 2022 em prol de Bolsonaro. O caso envolveu ex-assessores, militares e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. Ramagem se apresentará na tarde desta terça-feira para prestar depoimento.
Segundo as investigações, Bolsonaro pressionou os ministros do governo durante reunião realizada em 5 de julho de 2022 para que promovessem e replicassem ‘informações falsas e relatórios fraudulentos’ sobre a confiança do sistema eleitoral brasileiro. Uma minuta de golpe de Estado também foi encontrada no escritório de Bolsonaro na sede do PL. O rascunho previa uma declaração de estado de sítio e um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país.
O ex-presidente chegou a solicitar alterações à minuta de golpe de Estado antes de apresentá-la a comandantes das forças militares. Na segunda versão, as ordens de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), teriam sido retiradas a pedido de Bolsonaro. A ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022, continuou na minuta.
As mudanças teriam sido solicitadas ao ex-assessor Filipe Martins, ‘tendo o mesmo retornado alguns dias depois ao Palácio do Alvorada e alterado o documento conforme solicitado’, segundo o processo. O documento teria sido apresentado aos comandantes do Exército e da Marinha e ao então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, em 7 de dezembro de 2022.
Outro núcleo ligado a Bolsonaro seria o ‘Núcleo Jurídico’, composto por pelo menos cinco integrantes: o ex-assessor Filipe Martins; o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres; o advogado Amauri Saad; o padre Jose Eduardo de Oliveira e Silva e o militar do Exército e ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Esse núcleo seria o responsável por entregar o ‘rascunho do golpe’ e fazer alterações a pedido de Bolsonaro.
O documento teria sido originalmente entregue pelo ex-presidente justamente por Filipe Martins e Amauri Saad.
Fonte: © A10 Mais
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