Festa no bairro da Mangabeira, Recife, reúne príncipes nigerianos, autoridades religiosas e grupos de Maracatu de Baque, Tribo Carijós e Caboclo Sete Flechas, com a presença da Mestra Ritinha no Centro Espírita Cigana.
No coração do bairro da Mangabeira, em Recife (PE), o Centro Espírita Cigana Saray, um importante espaço de Candomblé, reabre suas portas após um ano de luto pela perda do babalorixá Clóvis de Oxum. A casa de culto afro-ameríndio, que completa 40 anos de existência, é um local sagrado onde a comunidade se reúne para celebrar as divindades e honrar as tradições ancestrais.
A reabertura do Centro Espírita Cigana Saray é um momento de grande alegria e celebração, especialmente com a homenagem a Oxum e Oxalá. A casa de culto é um exemplo de como o Candomblé pode coexistir harmoniosamente com outras práticas espirituais, como a Umbanda. O culto afro-ameríndio é uma expressão rica e diversa da espiritualidade brasileira, e o Centro Espírita Cigana Saray é um testemunho vivo disso. A espiritualidade é um caminho de autoconhecimento e crescimento. Com a reabertura, a comunidade se reúne novamente para compartilhar experiências e fortalecer os laços espirituais.
O Candomblé e sua Importância Cultural
Na rua Coremas, em Mangabeira, periferia do Recife (PE), a rotina é de preparativos e expectativas para saudar a reabertura dos salões do Centro Espírita Cigana Saray, uma casa de devoção ao Candomblé que completa 40 anos. A reinauguração será marcada por uma cerimônia rara aberta ao público, em homenagem aos orixás oxum e oxalá.
O terreiro ficou fechado por um ano após a morte de pai Clóvis de Oxum, um devoto do Caboclo Sete Flechas, da Mestra Ritinha e da Cigana Saray. Durante esse período, as atividades religiosas estavam suspensas, mas a distribuição do sopão continuou uma vez por mês. Anderson Santos, líder religioso da casa, conta que a presença no terreiro e nas festas populares é fundamental para a comunidade.
A Importância do Candomblé na Cultura Afro-Ameríndia
Clóvis de Oxum subiu ao primeiro degrau da hierarquia religiosa do Candomblé aos 22 anos, em 1975. Ele foi um militante cultural atuante e cuidou espiritualmente da Tribo Carijós do Recife, que realiza a dança carnavalesca do caboclinho mais antiga do estado, desde 1897. Em 2003, o babalorixá foi coroado como rei do Maracatu Encanto da Alegria.
A morte do babalorixá Clóvis de Oxum desencadeou os rituais do Candomblé, que começaram no dia do falecimento e duraram um ano. Durante esse período, as atividades religiosas do terreiro estavam paradas, e apenas as obrigações e oferendas eram realizadas. Agora, a casa de devoção ao Candomblé está pronta para reabrir com uma cerimônia em homenagem a oxum, orixá patrono do babalorixá falecido.
A Cerimônia de Reabertura do Terreiro
A cerimônia de reabertura do terreiro será marcada por uma série de obrigações e oferendas. Anderson Santos explicou que a cerimônia aos ancestrais é realizada em dois momentos: convocam a rainha dos eguns para acolher aquele babalorixá que faleceu, e em seguida, fazem uma cerimônia dentro do salão, restrita, mulher não pode participar. O jogo de búzios é jogado para saber o caminho e o destino do terreiro.
A reabertura do terreiro é um momento importante para a comunidade do Candomblé e da Umbanda, que busca preservar a cultura Afro-Ameríndia e promover a espiritualidade. A cerimônia também é uma oportunidade para homenagear o babalorixá Clóvis de Oxum e sua contribuição para a comunidade.
Fonte: @ Terra
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