ouça este conteúdo
Redução após tragédia em Brumadinho, que matou 272 pessoas: método de eliminação de impacto ambiental, administrado por entidade que representa.
O total de barragens de mineração que utilizam a técnica de alteamento a montante sofreu uma diminuição de 29,7% no território nacional, desde o desastre ocorrido em janeiro de 2019 na localidade de Brumadinho, em Minas Gerais. Essa informação foi revelada em pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), organização que representa as principais empresas mineradoras do país.
Essa redução no número de barragens de mineração que empregam o método de alteamento a montante demonstra uma mudança significativa na abordagem das empresas do setor em relação à segurança das estruturas. A preocupação com a prevenção de novos desastres, como o ocorrido em Brumadinho, tem levado a indústria da mineração a adotar medidas mais rigorosas e eficazes para garantir a estabilidade dessas barragens.
Desafios na Eliminação de Barragens de Mineração
A tragédia em Brumadinho, causada pelo rompimento de uma barragem da Vale construída pelo método de alteamento a montante, foi um marco que evidenciou a necessidade de mudanças. O impacto ambiental e as vidas perdidas serviram como alerta para a urgência de ações. Em resposta, leis foram aprovadas para proibir a construção de estruturas a montante, representando um avanço significativo na regulamentação do setor.
O processo de eliminação dessas barragens é complexo e envolve uma série de desafios. A reclassificação de algumas estruturas resultou em um aumento temporário no número de barragens, conforme explicado pelo diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann. Essa mudança não significa a criação de novas barragens, mas sim a aplicação de normas mais rigorosas para garantir a segurança e a conformidade com as leis.
A Lei Estadual 23.291/2019, conhecida como Lei Mar de Lama Nunca Mais, estabeleceu prazos para a eliminação das barragens a montante em Minas Gerais. No entanto, as mineradoras não conseguiram cumprir essas metas dentro do prazo estabelecido. Acordos com o Ministério Público resultaram em compromissos financeiros e novos cronogramas para a descaracterização das barragens.
A descaracterização é um processo técnico que envolve intervenções para modificar a estrutura das barragens, tornando-as mais seguras e ambientalmente sustentáveis. Além disso, as mineradoras são responsáveis pela revegetação das áreas afetadas, restaurando o ambiente natural.
Raul Jungmann destaca a complexidade desse processo, especialmente considerando o volume de material acumulado ao longo dos anos. A separação dos minerais dos rejeitos exige cuidados especiais para garantir a segurança e a eficácia das operações. O programa de descaracterização em andamento no Brasil é considerado inédito e desafiador, exigindo expertise e tempo para sua conclusão.
A expectativa é que, com o avanço desse processo, a maioria das barragens a montante seja eliminada, reduzindo os riscos e os impactos ambientais associados a essas estruturas. O compromisso com a segurança e a sustentabilidade é fundamental para garantir um futuro mais seguro e responsável para a mineração no país.
Fonte: @ Agencia Brasil
Comentários sobre este artigo