Plano para redução da dengue e de outras arboviroses, com investimento de R$ 1,5 bilhão, tecnologias e estratégia que inclui uso de estácias disseminadoras de larvicidas.
A dengue é uma daquelas doenças que só não nos assustam mais graças à nossa familiaridade com ela, mas é preciso lembrar que a dengue ainda é uma das doenças tropicais mais perigosas do mundo, e que seu diagnóstico pode ser complexo. Além disso, a dengue é uma das causas mais comuns de hospitalização nas regiões tropicais. É aí que entra a importância das medidas preventivas para evitar a dengue.
De acordo com o relatório global The Lancet Countdown, verificado em janeiro de 2021, as mudanças climáticas têm como consequência o aumento da dengue em até 37% no mundo inteiro. A mudança climática é o maior desafio global enfrentado pela humanidade e o impacto delas nos ecossistemas, especialmente os que se encontram mais vulneráveis, é bastante negativo. Esse desafio também tem sido observado in loco em nosso país, e o aumento dos casos de arboviroses é uma consequência direta disso. Isso, sem dúvida, também é um desafio para a saúde pública e, em última análise, para a doença em questão.
Fortalecendo o Combate à Dengue
O Ministério da Saúde brasileiro tem investido R$ 1,5 bilhão em uma estratégia ambiciosa para controlar a doença, que inclui o uso de novas tecnologias para o controle da dengue. Além disso, a campanha educativa foi intensificada, visando sensibilizar a população sobre a importância da prevenção e do controle da doença. Com o objetivo de abordar os focos residenciais, onde se concentram 75% dos casos, o governo lançou o Plano para Redução da Dengue e de Outras Arboviroses em setembro de 2024.
Tecnologias Avançadas no Combate à Dengue
Para reforçar a vigilância e o controle da dengue, o Ministério da Saúde investiu em tecnologias inovadoras. Além da ampliação do método Wolbachia, que busca reduzir a população de mosquitos transmissores, foram incorporadas Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) em áreas de difícil acesso, como periferias. Em aldeias indígenas, a Técnica do Inseto Estéril por Irradiação é utilizada, enquanto em creches, escolas e locais de grande circulação, é realizada a borrifação residual intradomiciliar (BRI-Aedes).
Parceria Público-Privada no Combate à Dengue
A aquisição de 9,5 milhões de doses da vacina contra dengue para 2025 é mais uma medida para combater a doença. Além disso, a parceria com governos estaduais e municipais foi intensificada, visando coordenar esforços e recursos para o controle da dengue. Em colaboração com instituições públicas, privadas e organizações sociais, seis eixos de ação foram implementados para prevenir, vigilar e tratar a doença, além de mobilizar e comunicar comunitariamente sobre a necessidade de controle.
Mudanças Climáticas e Aumento da Dengue
A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que a dengue é considerada endêmica em mais de 130 países, devido às mudanças climáticas. Essas alterações afetam as condições de saúde em todo o mundo, levando a um aumento nas arboviroses. Desde 2023, surtos de dengue foram registrados em locais como Afeganistão, Paquistão, Sudão, Somália e Iêmen, e a transmissão local passou a ocorrer na Espanha, Itália e França. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) ressalta que o número de casos de dengue nas Américas excedeu o número de casos notificados anualmente em comparação a todos os anos anteriores.
Investimento em Saúde e Prevenção
O Ministério da Saúde investiu em testes para detecção da dengue e outras arboviroses, distribuindo mais de 3 milhões de unidades. Além disso, a recomposição dos estoques de inseticidas em todo o país foi realizada no início da gestão, e agora 100% dos estados estão abastecidos. Esses esforços visam reforçar a vigilância e o controle da dengue, além de melhorar a qualificação de profissionais para diagnóstico e tratamento adequado.
Fonte: @ Ministério da Saúde
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