ouça este conteúdo
Semestre tenso adia retorno do investidor ao risco. Ibovespa cai 7,36% no ano, mas sobe 1,81% no mês. Imob tem pior desempenho anual, CDI rende 5,22% semestre e dólar sobe 14,08% no ano.
A suspensão dos cortes da Selic, na semana passada, marcou o desfecho de um primeiro semestre que teve início otimista, com projeções de que a Selic chegaria a menos de dois dígitos até o final do ano, e agora termina com preocupações e dúvidas sobre a política fiscal, o controle da inflação no Brasil e o início do afrouxamento monetário nos EUA.
Enquanto investidores aguardam por novidades sobre a taxa básica de juros e suas possíveis alterações, a incerteza paira sobre os mercados financeiros, impactando diretamente as decisões de investimento e o cenário econômico nacional. A volatilidade nos índices reflete a sensibilidade dos agentes econômicos diante das perspectivas de mudanças na Selic e nas políticas monetárias do país.
Impacto da Selic e da Taxa Básica de Juros no Mercado Financeiro
A recente decisão sobre a Selic foi um choque para muitos investidores, afetando suas perspectivas de migração para ativos de maior risco. Com a taxa básica de juros em 10,5%, a renda fixa continua sendo a preferida, enquanto o crédito privado ganha destaque. O primeiro semestre foi otimista para alguns, mas a incerteza em relação ao afrouxamento monetário trouxe volatilidade ao mercado.
No cenário internacional, a migração do investidor para investimentos no exterior sem proteção cambial foi uma estratégia arriscada, especialmente com a valorização do dólar. Enquanto isso, o Ibovespa apresentou desempenho misto, com quedas no acumulado do ano e pequena alta no mês. Destaque para o Imob, com baixo desempenho anual, mas recuperação em junho.
Os investidores também acompanharam de perto o desempenho do CDI, que se manteve estável no semestre, e a volatilidade do dólar, refletindo o nervosismo do mercado. Na renda fixa, o IMA-B 5 e o IMA-S mostraram resultados positivos, enquanto o IMA-B 5+ sofreu com a percepção de risco fiscal e a interrupção dos cortes da Selic.
A migração do investidor para ativos de maior risco foi impactada pela incerteza no mercado, refletindo a cautela dos investidores. A Selic, como referência para os investimentos, influenciou as decisões dos investidores, que buscam proteção em meio à volatilidade cambial.
Filippe Santa Fé, da gestora ASA, destaca a importância de acompanhar as referências do Federal Reserve e as perspectivas de cortes de juros nos EUA. Já Gustavo Vieira, do fundo Opportunity Total, ressalta os desafios fiscais no Brasil e a incerteza em relação à capacidade do governo de cumprir metas fiscais. A Selic, como indicador-chave, continua sendo um ponto de atenção para os investidores, que buscam proteção em meio à instabilidade do mercado financeiro.
Fonte: @ Valor Invest Globo
Comentários sobre este artigo