Ano mais quente, chuvas inesperadas, ondas de calor, desequilíbrio ambiental e incêndios florestais severos.
As mudanças climáticas mudam a face da Terra, trazendo desafios inéditos para sociedades que já vivem em um cenário de vulnerabilidade. Fato é que a catástrofe climática não é mais uma ameaça distante, ela já faz parte da rotina de milhões de pessoas, principalmente em regiões com alto desequilíbrio ambiental, como a faixa do Sahel, no Deserto do Saara, que enfrenta chuvas intensas e periodicamente.
Com mudanças climáticas, a saúde pública é colocada em risco, além de agravar a desigualdade social e desafiar o desenvolvimento sustentável, culminando em climáticos extremos e eventos de grande magnitude. A crise climática proporcionada pelas mudanças climáticas não é apenas um desafio ambiental, mas também uma questão de segurança humana e estabilidade social. A solução para a crise climática pode estar no desequilíbrio ambiental, que pode ser revertido apenas com ações conjuntas e sustentáveis.
Mudanças Climáticas: Uma Catástrofe em Marcha
A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) e especialistas haviam já alertado para as consequências do desequilíbrio ambiental, mas a intensidade dos eventos climáticos extremos em 2024 foi tão alarmante que os levou a reacender o ‘alerta vermelho’. O ano foi marcado como o mais quente já registrado pela OMM, com consequências devastadoras em todo o planeta.
Crise Ambiental: Uma Questão de Vida ou Morte
Entre os eventos climáticos extremos, as ondas de calor intensificaram-se, causando enchentes em diferentes continentes, incêndios florestais, perdas significativas de áreas de plantio, o que intensificou a crise alimentar na África. Além disso, tempestades avassaladoras causaram bilhões de dólares em prejuízos, segundo a OMM. A visão de um drone mostrando um telhado de uma casa destruído por um tornado enquanto o furacão Milton se aproximava de Fort Myers, Flórida, EUA, em 9 de outubro de 2024, é um lembrete trágico da catástrofe em marcha.
Mudanças Climáticas: Um Problema de Proporcionada Urgência
O relatório anual da OMM sobre as mudanças climáticas, apresentado durante a Conferência do Clima da ONU em Baku, no Azerbaijão, em novembro passado, destaca o aumento drástico das médias de temperatura entre os impactos ambientais negativos. A emissão de gases de efeito estufa alcançou níveis recordes em 2023 e aumento ainda mais em 2024. A temperatura média do ar na superfície do planeta, amplificada pelo El Niño entre janeiro e setembro de 2024, esteve 1.54ºC acima da média pré-Industrial, limite previsto no Acordo de Paris. Além disso, a extensão do gelo marinho no Ártico e na Antártida ficou abaixo da média em 2024.
Consequências do Desequilíbrio Ambiental
O climatologista Rodolfo Bonafim afirma que o planeta vive uma ‘eclosão’ de eventos climáticos extremos que já ocorriam, mas em menor recorrência. A frequência é a palavra-chave, esses fenômenos severos aumentaram muito em quantidade nas últimas décadas e a tendência é uma frequência cada vez maior em um mundo com atmosfera e mares mais aquecidos. Além disso, os fenômenos também são conectados pelo desequilíbrio ambiental. Por exemplo, a irregularidade das correntes de vento responsáveis pelas chuvas na Amazônia, que enfrenta seca e recordes negativos de volume de água, provocou chuvas inesperadas na região da Faixa do Sahel, ao sul do Deserto do Saara. O evento destruiu mais de 300 mil hectares de áreas de plantio em Mali e Nigéria em setembro. No mesmo período, o desequilíbrio dos ventos também alimentou a temporada de tempestades ao sul dos Estados Unidos, o que favoreceu a formação e passagem do Furacão Milton na Flórida no começo de outubro.
Um Futuro Incerto
A catástrofe climática em marcha é um lembrete de que a ação imediata é necessária para mitigar as consequências do desequilíbrio ambiental. A OMM e os especialistas continuam a monitorar a situação e a emitir alertas para as consequências das mudanças climáticas. A questão é: será que será suficiente para evitar uma catástrofe de proporções globais?
Fonte: @ Terra
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