Septicemia alvo de iniciativa brasileira para combater causa de óbitos, condição fatal nos hospitais, com alta taxa de mortalidade, devido ausência de padronização nos protocolos de atendimento e falta de conhecimento técnico, sustentando alegação de reação natural em espécie de doença.
A notícia da transferência de um ente querido para a UTI é sempre alarmante, e o medo de infecção generalizada pode ser um dos principais motivos de preocupação. Isso ocorre porque a septicemia, também conhecida como sepse, é uma condição médica de alto risco, caracterizada pela resposta inflamatória exagerada do corpo às bactérias. A sepse pode evoluir rapidamente para a sepse severa, o que é uma condição mais grave e potencialmente fatal.
Os médicos trabalham incansavelmente para controlar a infecção, mas a gravidade da septicemia pode ser difícil de superar, especialmente quando ocorre em pacientes com sistema imunológico comprometido. A sepse é uma das principais causas de morte em pacientes hospitalizados, sobressaindo como uma das doenças mais perigosas em um ambiente de alta complexidade como a UTI. A rápida ação médica é fundamental para aumentar as chances de recuperação e diminuir o risco de consequências a longo prazo.
Entendendo a Sepse: Uma Ameaça à Saúde Pública
A septicemia, também conhecida como sepse, é uma condição grave e potencialmente fatal que resulta do ataque das células de defesa do organismo em resposta a algum tipo de estresse, como a disseminação de uma bactéria na circulação. Essa reação natural pode levar à falência dos órgãos e a um desfecho fatal em questão de horas se medidas de contenção não forem adotadas a tempo.
A septicemia é a maior causa de óbitos em UTIs brasileiras, e a condição está na mira da iniciativa Jornada Sepse Zero, que busca conscientizar e treinar médicos e outros profissionais para mitigar essa ameaça à saúde pública. Quanto antes conseguirmos reverter o quadro nos hospitais, mais vidas conseguiremos salvar, afirma a cardiologista e intensivista Ludhmila Hajjar, professora da USP e líder do projeto.
A natureza da palavra ‘sepse’, que deriva do termo grego para ‘decomposição’, permite compreender a gravidade do estado do paciente nessas circunstâncias. Embora o tratamento seja realizado com medicamentos presentes no dia a dia de hospitais, como antibióticos, nem sempre o atendimento chega no momento certo, e a piora, tantas vezes, é repentina. É por isso que a jornada busca sensibilizar os profissionais que atuam em unidades de emergência sobre a chamada ‘hora de ouro’, os primeiros sessenta minutos que serão cruciais para intervir com êxito.
O paciente começa a ficar confuso, a frequência cardíaca sobe, a pressão arterial cai. Além da falta de conhecimento técnico entre os profissionais à beira do leito, um dos desafios da sepse é a ausência de uma padronização nos protocolos de atendimento no país. Tudo isso contribui para as 240 000 mortes anuais registradas por aqui.
Uma pesquisa com 307 médicos feita pela empresa Território Saber, criadora do curso, revela que apenas 65% dos profissionais administram o tratamento correto no período oportuno e metade considera ‘intermediária’ sua qualificação para manejar a situação. Não por acaso, a taxa de mortalidade por septicemia no Brasil é absurdamente alta quando comparada à de nações como Austrália, Reino Unido e EUA — temos um índice de 60% ante 15% a 20% nesses países.
O que eles fizeram foi investir na educação continuada das equipes e na manutenção de um número adequado de profissionais para dar suporte aos pacientes. A internação não é o fator determinante para a ocorrência da sepse. De cada dez pessoas hospitalizadas, sete sobrevivem, afirma Hajjar. Logo, é um horizonte a ser contornado com padrões de monitoramento dos sinais vitais e ações imediatas tomadas com rigidez. Meta que se torna mais viável com o apoio da tecnologia, sobretudo a inteligência artificial. Hospitais nacionais já contam com ferramentas capazes de predizer prováveis exacerbações inflamatórias — o primeiro passo para evitar o colapso do organismo.
Fonte: @ Veja Abril
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