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Acordo de reperfilamento da dívida reduzirá custos e alongará prazo médio para 72 meses, preservando R$ 4,3 bilhões até 2027.
A Justiça de São Paulo homologou nesta quarta-feira, 19 de junho, o reperfilamento da dívida da Casas Bahia, de acordo com informações de fontes próximas à situação. Espera-se que a homologação seja divulgada ao público entre hoje e amanhã, 20 de junho, conforme as mesmas fontes. Ao ser contatada pelo NeoFeed, a Casas Bahia optou por não se manifestar.
No segundo parágrafo, é importante ressaltar a relevância desse reperfilamento para a Companhia. O processo de reestruturação da dívida da Casas Bahia é fundamental para sua estabilidade financeira e reputação no mercado varejista. A Companhia está focada em seguir adiante com esse importante passo para garantir seu futuro sustentável.
Casas Bahia: Reperfilamento da Dívida e Recuperação Financeira
A decisão estratégica de reestruturação adotada pela Casas Bahia representa um marco crucial no caminho para garantir estabilidade financeira e viabilizar novas oportunidades de crédito para a companhia seguir com o processo de reestruturação operacional em curso desde meados do ano passado. Anunciado no mês de abril, o acordo firmado com os principais credores da varejista, Bradesco e Banco do Brasil, que detêm 54% da dívida total, estabelece o reperfilamento da dívida da empresa junto aos bancos, uma medida que se mostra fundamental para preservar um montante significativo de caixa até o ano de 2027, sendo destaque o valor de R$ 1,5 bilhão somente em 2024.
O acordo em questão implica no prolongamento do prazo médio da dívida de 22 meses para 72 meses, além de uma redução de 1,5 ponto percentual no custo médio da dívida, resultando em uma economia estimada em R$ 400 milhões ao longo do período acordado. Com a nova configuração, a remuneração passará de CDI mais 2,7% ao ano para CDI mais 1,2% ao ano. Adicionalmente, o acordo contempla um período de carência de 24 meses para o pagamento de juros e 30 meses para o pagamento do principal, proporcionando um fôlego adicional para a Casas Bahia.
A etapa seguinte após a homologação do acordo consistirá na emissão de novas debêntures no valor de R$ 4,1 bilhões, que irão substituir os títulos anteriormente em circulação, consolidando toda a dívida financeira da companhia nesses novos instrumentos. Destaca-se ainda que uma parcela da dívida detida pelos bancos, aproximadamente R$ 1,3 bilhão, terá a opção de ser convertida em participação acionária em um prazo de 18 a 36 meses, com janelas trimestrais para efetuar essa conversão, o que permitirá à Casas Bahia concentrar esforços no plano de reestruturação delineado no ano anterior.
Sob a liderança de Renato Franklin, o plano de reestruturação da Casas Bahia engloba não apenas o reperfilamento da dívida, mas também a reconfiguração do capital e a otimização da operação, com foco na eficiência e na excelência nas áreas de atuação da empresa, tais como a venda de linha branca, televisores, celulares, móveis e eletrônicos. No primeiro trimestre do ano, a companhia registrou um prejuízo de R$ 261 milhões, uma melhora em relação ao mesmo período do ano anterior, com a receita líquida apresentando uma redução de 13,7%, totalizando R$ 6,3 bilhões, e o Ebitda ajustado diminuindo 42,6%, para R$ 387 milhões.
Dentro das metas estabelecidas no plano de transformação, a empresa conseguiu manter os estoques abaixo de 80 dias e reduzir as despesas com pessoal em 14,6%. As ações da Casas Bahia encerraram o dia com uma valorização de 3,64%, alcançando o patamar de R$ 5,70. No acumulado do ano, as ações apresentam uma queda de 49,9%, resultando em uma capitalização de mercado de R$ 542 milhões. A negociação histórica com os bancos sinaliza um novo capítulo na trajetória da Casas Bahia, que se prepara para alçar voos mais altos em um cenário de reestruturação e recuperação financeira.
Fonte: @ NEO FEED
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