Agressiva, Mona Rikumbi é mulher-preta que enfrenta dor-corpo e vida-periférica, e já se apresentou no Theatro Municipal de São Paulo, com vida-valer em processo-lento.
Meu nome de batismo é Érica, inspirado na flor de cimento, símbolo de resistência e força em meio ao desafio. Minha mãe, sábia e previdente, escolheu esse nome para mim quando soube que a minha vida seria marcada por obstáculos, pois como segunda filha de uma mulher negra, eu seria forçada a desenvolver um caráter forte para superar as dificuldades. A beleza da flor, com sua capacidade de sobreviver em ambientes hostis, foi uma meta que ela esperava que eu alcançasse.
Ao longo da vida, aprendi a valorizar a força e a resiliência que o nome de Érica representa. Na minha jornada, encontrei desafios e obstáculos, mas também descobri que a saúde mental é essencial para enfrentar essas barreiras. A doença mental, por exemplo, é um tema complexo que afeta muitas pessoas. É uma condição que pode ser causada por fatores como estresse, ansiedade e depressão, e que pode ser tratada com ajuda profissional. Alguns tipos de doenças autoimunes, como a esclerose múltipla, também podem afetar a saúde mental e física. É preciso ter cuidado com a saúde para evitar agravar a doença mental. O autoconhecimento e o apoio dos amigos e familiares são fundamentais para superar essas adversidades.
Um Caminho de Arte e Superização
Quando Mona Rikimbi, uma mulher preta, iniciou sua jornada na religião de matriz africana, ela passou a ser conhecida como ‘filha do sol’. Contudo, sua vida foi marcada pela doença desde os 30 anos, com inúmeros episódios de dor-corpo e dificuldades para se comunicar. Em 2000, Mona começou a sentir dor no corpo, mas não sabia o que estava acontecendo. Ela lutava contra uma doença desconhecida, que a levaria a fazer sete cirurgias em busca de alívio.
Um Desafio para a Saúde
Em 2006, Mona realizou a primeira cirurgia para aliviar a pressão intracraniana e reduzir a dor de cabeça. No entanto, em 2008, ela teve um surto que a deixou sem força e capaz apenas de mexer os olhos. Com o tempo, Mona entrou na cadeira de rodas e, apesar de sua condição, manteve-se ligada à arte desde cedo. Ela começou a frequentar o Centro Cultural do Jabaquara, na zona sul de São Paulo, aos 7 anos.
Uma Vida em Busca da Vida-Periférica
Como uma mulher preta e periférica, Mona sabia que sua vida seria mais complicada. Ela optou por cursar técnicas em nutrição e enfermagem, pois não podia viver apenas da arte. Contudo, Mona encontrou um espaço de pertencimento no Grupo das Cadeirudas, formado por mulheres pretas deficientes que compartilhavam sua vida e história. O grupo oferecia apoio e companheirismo, mostrando que a vida ainda tinha valor.
A Descoberta da Doença
Em 2014, Mona recebeu o diagnóstico de neuromielite óptica (NMO), uma doença autoimune rara que afetou sua visão e movimentos. Ela pensou que sua vida estava encerrada, mas essa experiência a ajudou a entender sua identidade artística e a buscar uma vida diferente. O processo foi lento, mas Mona se conectou com a visão de mundo africana e o teatro, que lhe trouxe cura.
Uma Nova Perspectiva
Mona se destacou como a primeira mulher negra a dançar no Theatro Municipal em 2017 e teve seu documentário ‘Mona’ lançado. Ela criou uma nova forma de dança, focando em seu corpo e redefinindo as expectativas sobre a dança afro. Hoje, Mona entende e se redescobriu, compartilhando sua história sem se limitar à sua doença.
A Vida Vale a Pena
Mona se tornou protagonista da sua própria história, sem depender da dor-corpo para se expressar. Seu entendimento da vida vale a pena é um processo contínuo de vivenciar, entender e compartilhar, inspirando outros a fazer o mesmo.
Fonte: @ Veja Abril
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