Especialistas consideram a substituição da rede elétrica aérea por fiação enterrada inviável devido ao alto custo.
A falta de energia elétrica em São Paulo e Região Metropolitana após a tempestade da última sexta-feira, 11, levantou novamente a discussão sobre a necessidade de melhorias no fornecimento de energia. A cidade foi atingida por um apagão que deixou muitos moradores sem luz e sem opções.
A proposta de enterrar a fiação elétrica é vista por muitos como uma solução para evitar problemas de fornecimento de energia em momentos de tempestade. Além disso, a eletricidade enterrada também pode reduzir a probabilidade de acidentes e melhorar a estética urbana. A discussão sobre a implementação dessa medida é fundamental para garantir um fornecimento de energia mais seguro e eficiente para a população. A energia é um direito fundamental e é importante que sejam tomadas medidas para garantir que ela seja fornecida de forma segura e eficiente.
Desafios no Fornecimento de Energia
Mais de 900 mil pessoas ainda estão sem energia elétrica, e a Enel, concessionária responsável, não estabeleceu um prazo para a normalização do serviço. A ideia de enterrar os fios de energia elétrica foi ventilada durante as chuvas de novembro do ano passado pelo prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), mas enfrenta obstáculos que a tornam inviável, segundo profissionais da área.
A proposta de enterrar os fios é cara e ninguém sabe quem vai pagar a conta. Uma rede enterrada é no mínimo 10 vezes mais cara que uma rede elétrica aérea, e este custo não está contabilizado na concessão, o que teria impacto no custo da conta de energia do consumidor. Seria inviável à concessionária de energia realizar este tipo de desembolso, sem ter a possibilidade de realizar o retorno deste investimento.
Custo e Impacto no Consumidor
O diretor-executivo do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Pedro Rodrigues, concorda que, no final, o custo recairia sobre a população. O consumidor já paga uma tarifa alta demais de energia no Brasil, talvez uma das mais altas do mundo. Então, o consumidor também tem um limite de pagamento dessa tarifa.
O enterramento dos fios tem como objetivo retirar da superfície a fiação elétrica que está presa aos postes das cidades. No entanto, especialistas alertam que essa opção é mais complexa e mais cara. O professor José Roberto Cardoso, da Escola Politécnica da USP, explica que seria preciso enterrar também os postes e transformadores para que o projeto fosse bem sucedido.
Alternativas e Soluções
Outros países, como os Estados Unidos, já aderiram à alternativa de enterrar os fios de energia elétrica. O que muda é o planejamento. Cidades como Miami e Nova Iorque, que passam por furacões e vendavais, não falta energia. O americano faz um planejamento do que ele vai querer fazer, e, aqui, não temos. Eles também têm uma renda per capita maior que o brasileiro, então, podem pagar por isso. A gente não tem tanto essa possibilidade.
Fonte: @ Terra
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