O Supremo Tribunal Federal decidirá se contribuição previdenciária em atraso paga após a reforma da Previdência de 2019 pode ser utilizada para fins de tempo mínimo de contribuição.
A discussão sobre a aposentadoria no Brasil ganhou um novo capítulo com a decisão do Supremo Tribunal Federal de analisar a contribuição previdenciária em atraso e paga após a reforma da Previdência de 2019. A regra de transição para aposentadoria por tempo mínimo de contribuição é o foco da análise, que pode impactar diretamente na vida de muitos trabalhadores que buscam a jubilação.
A contribuição previdenciária é fundamental para o cálculo da pensão e, portanto, é essencial que seja feita de forma correta e dentro do prazo. No entanto, a reforma da Previdência de 2019 trouxe mudanças significativas para o sistema, incluindo a regra de transição para a aposentadoria por tempo mínimo de contribuição. Agora, o Supremo Tribunal Federal precisará decidir se a contribuição previdenciária em atraso e paga após a reforma pode ser utilizada para fins de contabilização dessa regra, o que pode afetar o benefício de muitos trabalhadores que buscam a aposentadoria. A decisão será crucial para garantir a justiça e a segurança jurídica para todos os envolvidos.
Aposentadoria: Repercussão Geral Reconhecida pelo STF
A discussão sobre a aposentadoria teve repercussão geral reconhecida (Tema 1329) pelo Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), e a decisão a ser tomada pela corte deverá ser seguida pelos demais tribunais do país. Ainda não há data para o julgamento do mérito. O recurso extraordinário apresentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) questiona decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que concedeu o direito à aposentadoria a uma mulher que, apesar de ter trabalhado, não efetuou a contribuição previdenciária antes da vigência da Emenda Constitucional 103/2019 (reforma da Previdência). Para o TRF-4, o recolhimento posterior não altera o tempo de serviço do segurado, o que é fundamental para a aposentadoria.
Contribuição Previdenciária e Aposentadoria
Os valores foram quitados após a emenda ser promulgada, o que levanta questionamentos sobre a possibilidade de utilizar a contribuição previdenciária em atraso para atender à regra de transição para aposentadoria fixada pela reforma de 2019. O INSS alega que a contribuição previdenciária em atraso não pode ser usada para atender à regra de transição para aposentadoria, o que pode afetar a jubilação de muitos trabalhadores. A questão é relevante e há grande número de processos sobre o mesmo tema, o que abre o risco de decisões conflitantes. Somente no Supremo, já foram identificados 91 casos semelhantes.
Repercussão Geral e Aposentadoria
Ao reconhecer a repercussão geral da matéria, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, ressaltou que a questão constitucional é relevante e que há grande número de processos sobre o mesmo tema. A maioria do tribunal acompanhou o presidente, ficando vencido o ministro Edson Fachin. Após a repercussão geral ter sido reconhecida, o processo foi distribuído por sorteio ao ministro Alexandre de Moraes, agora relator do recurso. A decisão do STF terá impacto direto na aposentadoria e na pensão de muitos trabalhadores, além de influenciar a reforma da Previdência. O tempo mínimo de contribuição e a contribuição previdenciária são fundamentais para a aposentadoria, e a decisão do STF pode alterar a forma como esses requisitos são avaliados.
Fonte: © Conjur
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