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Artigo de Marie Brandão sobre a urgente necessidade de práticas sustentáveis no mercado imobiliário para preservar o meio ambiente.
A sustentabilidade no mercado imobiliário não é apenas uma tendência passageira; é uma necessidade urgente que exige a atenção de todos os envolvidos, desde investidores e construtores até compradores e moradores. Em um mundo cada vez mais consciente dos impactos ambientais, o mercado imobiliário precisa assumir uma posição de liderança na adoção de práticas sustentáveis.
Para se destacar no setor imobiliário, é essencial investir em tecnologias verdes e projetos que promovam a eficiência energética. Além disso, a educação e conscientização dos profissionais do mercado imobiliário são fundamentais para promover uma mudança positiva e duradoura. A inovação e a sustentabilidade andam de mãos dadas no mercado imobiliário do futuro.
Mercado Imobiliário e Sustentabilidade: Desafios e Oportunidades
O setor imobiliário é reconhecido como um dos principais consumidores de recursos naturais e energia, desempenhando um papel significativo nas emissões de gases de efeito estufa. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), os edifícios são responsáveis por aproximadamente 40% do consumo global de energia e 33% das emissões de CO2. A necessidade de práticas mais sustentáveis no mercado imobiliário é urgente, considerando seu impacto no consumo global de recursos.
Prédios corporativos estão cada vez mais investindo em sustentabilidade para atrair multinacionais e se destacar no setor imobiliário. No Brasil, a construção civil é um dos segmentos que mais gera resíduos sólidos, representando cerca de 50% do total produzido no país, conforme dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). A produção de cimento, um dos materiais amplamente utilizados na construção, é conhecida por sua alta emissão de dióxido de carbono.
É fundamental que os compradores tenham consciência ambiental ao escolher um imóvel no mercado imobiliário. Aspectos como eficiência energética, origem dos materiais de construção e gestão de resíduos devem ser considerados. Certificações como LEED e AQUA-HQE são indicadores importantes de práticas sustentáveis que podem beneficiar tanto o meio ambiente quanto os proprietários a longo prazo.
Investir em imóveis sustentáveis não apenas contribui para a proteção do meio ambiente, mas também pode resultar em economias significativas. Edifícios energeticamente eficientes têm potencial para reduzir as despesas com energia e água, além de valorizar o imóvel no mercado imobiliário. Estudos demonstram que propriedades com certificação verde podem ter um valor até 30% superior em comparação com aquelas não certificadas.
Do ponto de vista dos construtores, a adoção de práticas sustentáveis é essencial para promover a sustentabilidade no mercado imobiliário. Isso envolve a seleção de materiais menos poluentes, a implementação de sistemas de gestão de resíduos e a integração de tecnologias de construção verde. O uso de energia renovável, como painéis solares e sistemas de aquecimento eficientes, deve ser incentivado desde as fases iniciais do projeto.
Tecnologias como o Building Information Modeling (BIM) possibilitam um planejamento mais eficiente, reduzindo desperdícios e melhorando a utilização de recursos no mercado imobiliário. A construção modular, que permite a fabricação de componentes do edifício em ambientes controlados, pode reduzir significativamente os resíduos de construção e o impacto ambiental, promovendo práticas mais sustentáveis.
Diversos projetos imobiliários ao redor do mundo têm adotado com sucesso práticas sustentáveis. Um exemplo notável é o Bosco Verticale em Milão, Itália, que incorpora mais de 900 árvores em sua estrutura, promovendo a biodiversidade e a qualidade do ar. No Brasil, o Pátio Victor Malzoni em São Paulo destaca-se por sua construção sustentável, utilizando materiais reciclados, sistemas de reaproveitamento de água e eficiência energética, demonstrando que é possível aliar desenvolvimento imobiliário e sustentabilidade no mercado imobiliário.
Fonte: © Estadão Imóveis
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