A maioria dos jovens utiliza massivamente a rede social e o telefone celular. Contudo, os especialistas preferem chamar isso de uma dependência compulsiva, em vez de uso normal.
A tecnologia está cada vez mais presente nas vidas dos adolescentes brasileiros, refletindo uma tendência global. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (2022) de Portugal, a maioria dos jovens entre 10 e 15 anos acessa a Internet frequentemente, e muitos possuem celulares próprios.
Com a proliferação da tecnologia, a forma como os adolescentes aprendem e interagem com o mundo está mudando. A integração de tecnologias nos ambientes educacionais pode ser uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento cognitivo desses jovens, proporcionando acesso a informações e recursos educacionais de alta qualidade. No entanto, também é importante abordar as questões de segurança e privacidade nas redes sociais, como os controle dos dados pessoais e o confronto com conteúdo inapropriado.
Tecnologia: O Novo Controle sobre a Vida dos Adolescentes
De acordo com uma análise da UNICEF de 2021, aproximadamente 98,5% dos adolescentes espanhóis estão registrados em alguma rede social, enquanto 83,5% estão em mais de três. Isso destaca o papel dominante da tecnologia na vida dos jovens, tornando-se uma ferramenta essencial para interação e entretenimento. Além disso, o uso de redes sociais, smartphones e outras tecnologias está se tornando cada vez mais normalizado entre os mais jovens.
A questão do uso e da dependência das tecnologias é complexa e multifacetada. Embora muitos se refiram ao uso problemático como um vício, uma abordagem mais apropriada seria conceber este fenômeno como um uso problemático, que envolve comportamentos e processos cognitivos que podem se tornar disfuncionais, levando a consequências negativas para o usuário. Isso inclui a preferência excessiva pela interação online, a regulação emocional dominada pelas redes sociais e o uso compulsivo das tecnologias, o que pode levar a um controle deficiente sobre o uso dessas ferramentas.
O uso problemático das tecnologias pode ter consequências negativas significativas, incluindo problemas interpessoais, como perda de relacionamentos ou afastamento de atividades prazerosas ou da escola, e problemas intrapessoais, como a sensação de perda de controle sobre a própria vida. Um estudo recente estimou que cerca de 33% dos adolescentes usam a internet de forma problemática, enquanto outro estudo mais restrito sugeriu que cerca de 2,9% dos adolescentes usam redes sociais de forma claramente problemática.
A questão central é se o uso problemático das tecnologias é a norma ou a exceção. Embora existam diferenças significativas entre os estudos, nenhum dos dados sugere que o uso problemático seja uma exceção. Em vez disso, parece haver uma vasta faixa de comportamento, desde o uso responsável até o uso problemático. É essencial reconhecer que, independentemente do número exato de indivíduos afetados, há um potencial significativo para uma geração de adolescentes que podem estar sendo controlada pelas tecnologias em vez de controlando elas.
Para ajudar os adolescentes a desenvolver um uso saudável das tecnologias, é fundamental educá-los e treiná-los para o uso seguro e responsável dessas ferramentas. Para as famílias, a mensagem é clara: é necessário educar os filhos sobre os riscos e consequências do uso problemático das tecnologias e promover um uso responsável dessas ferramentas.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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