O Telegram se nega a colaborar em programas internacionais para remover conteúdo de abuso infantil online.
O Telegram, aplicativo de mensagens que tem ganhado popularidade no Brasil, está no centro de uma polêmica internacional. Recentemente, o dono do Telegram foi preso na França, mas a empresa se mantém firme em sua posição de não participar de programas internacionais para combater o abuso infantil online, conforme reportagem da BBC.
Apesar das pressões externas, o Telegram continua a se destacar como um dos principais aplicativos de mensagens no mundo. Sua postura em relação à cooperação em programas de remoção de conteúdo sensível tem gerado debates acalorados entre defensores da segurança online e defensores da liberdade de expressão. A posição do Telegram nesse assunto é crucial para o futuro do combate ao abuso infantil na internet.
Telegram: Aplicativo de Mensagens em Foco
O Telegram, conhecido aplicativo de mensagens, tem sido alvo de controvérsias recentes. A plataforma não está associada ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) nem à Fundação de Vigilância da Internet (IWF). Essas organizações desempenham um papel crucial na identificação e remoção de material de abuso, especialmente o material de abuso sexual infantil online.
A descoberta veio à tona durante a detenção de Pavel Durov, fundador e CEO do Telegram, um aplicativo com mais de 950 milhões de usuários registrados. Durov está sob custódia na França devido a supostos crimes relacionados à falta de moderação na plataforma. Autoridades alegam que ele não cooperou em investigações sobre tráfico de drogas, conteúdo sexual infantil e fraude.
Enquanto outras redes sociais participam de programas de proteção infantil, como o CyberTipline do NCMEC, o Telegram se destaca por não aderir a essas iniciativas. Com sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o Telegram foi fundado na Rússia. A recusa em colaborar com organizações como o NCMEC e a IWF levanta preocupações sobre a capacidade da plataforma de lidar proativamente com o material de abuso.
A BBC revelou que o NCMEC e a IWF solicitaram repetidamente a adesão do Telegram, visando combater o abuso sexual infantil online. No entanto, a plataforma ignorou tais pedidos, alegando que sua moderação está alinhada com os padrões do setor. A falta de participação ativa nessas organizações limita a capacidade do Telegram de identificar e remover conteúdo prejudicial.
A IWF destacou que, sem a colaboração do Telegram, a remoção de material de abuso sexual infantil é mais lenta e menos eficaz. A empresa remove tais conteúdos apenas após a confirmação, o que a torna menos responsiva às solicitações diárias. A recusa do Telegram em aderir a programas de proteção infantil levanta questões sobre sua responsabilidade na prevenção do abuso online.
Ao se abster de participar de iniciativas como o TakeItDown, que visa combater a pornografia de vingança, o Telegram se distancia de outras plataformas que assumem um compromisso ativo na proteção de seus usuários. A empresa alega que não pode ser responsabilizada por abusos ocorridos em sua plataforma, levantando debates sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia na segurança online.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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