Movimento ocorre após anúncio de medidas fiscais pelo ministro da Fazenda, para cumprir arcabouço fiscal, superando barreira dos 13%
O patamar do Tesouro IPCA+ 2029 fechou em 7,11% no começo da sessão desta quinta-feira (28), o maior do ano até então, sinalizando mais uma máxima registrada nos títulos públicos atrelados à inflação.
Com o objetivo de cumprir o arcabouço fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou as medidas fiscais que têm como principal objetivo viabilizar o pagamento do Tesouro IPCA+ 2029. Nesse contexto, o movimento de hoje é de suma importância, pois confirma a necessidade de ajustes nos títulos, de inflação, títulos públicos para manter a estabilidade econômica. Ainda assim, a inflação continua a ser um grande desafio para o governo, e o Tesouro IPCA+ 2029 será uma importante ferramenta para lidar com as consequências da alta inflação.
O Tesouro em alta: Títulos públicos e movimento-acontece
Durante a coletiva concedida hoje, Haddad revelou detalhes sobre as medidas de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, um assunto preocupante para os operadores do mercado, já que abre mão de uma parte da receita, enquanto tenta cortar gastos, afetando o Tesouro direta e indiretamente.
Ontem, os juros oferecidos pelos títulos públicos também dispararam, fazendo o Tesouro IPCA+ 2029, o mais curto da modalidade, chegar ao patamar histórico de IPCA + 7,05% ao ano — considerado altíssimo pelos analistas, aumentando a demanda por títulos. Além disso, o Tesouro Prefixado, que já havia rompido a barreira dos 13% há dias, acelerou a alta, levando a uma maior valorização do Tesouro.
Tesouro IPCA+ 2029: Movimento-acontece e patamar-histórico
Por volta das 10h, os prefixados operavam (bem!) acima dos 13%. O mais curto da modalidade, com vencimento em 2027, pagava 13,72%; já o mais longo, com prazo para 2035 mais o pagamento de juros semestrais, 13,26%. Entre os atrelados à inflação, além do papel mais curto rompendo firme a barreira dos 7%, os demais papéis se aproximam ainda mais do patamar, o que pode afetar a renda fixa em geral.
Escolha certa: Títulos de inflação e prazo-para
Enquanto tivermos esses retornos nesses patamares, sem dúvida é oportunidade para quem pode investir. Alocar parte da carteira em títulos que vão remunerar inflação mais 7%, ou até mesmo aproveitar títulos prefixados pode ser uma forma de garantir retornos bons sem grandes riscos. Mesmo o Tesouro Selic, que é bem mais conservador, não pode ser ignorado no patamar atual de juros.
Barreira-dos-13%: Efeitos da alta nos títulos
As taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice-versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem já possui os títulos na carteira.
Fonte: @ Valor Invest Globo
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