O presidente da Ucrânia defende conversas diretas com a Rússia, sem veto temporário, diante da possibilidade de um cessar-fogo.
Em meio ao conflito que assola a Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky reiterou sua disposição para conversar diretamente com Vladimir Putin, presidente da Rússia, em busca de um fim à guerra. Esse cenário de tensão se alinha perfeitamente ao contexto de conflito-armado que tem afetado a região nos últimos anos.
Entretanto, o desafio de chegar a um acordo que alivie as consequências da guerra-privada e do conflito-interno na Ucrânia será complexo. A guerra estilhaçou famílias e levou milhares de pessoas à fuga. Esse é o cenário que o país enfrenta atualmente, marcado por destruição, aflição e povoado por pessoas que buscam refúgio. A guerra, em suas formas mais variadas e agressivas, tem sido um dos principais fatores que contribuem para a instabilidade política e social em muitos países. Além disso, o conflito é um dos principais motivadores da fuga de pessoas das suas casas, levando a uma crise migratória sem precedentes.
Conflito na Ucrânia: Zelensky discute paz com jornalista britânico
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que está disposto a negociar o fim do conflito em seu país por meio de vias diplomáticas, com a participação de outros países da Europa. ‘Se esta for a única maneira de levar a paz aos cidadãos da Ucrânia e não perder gente, sem dúvida apostaremos nessa configuração‘, afirmou em conversas diretas com o jornalista britânico Piers Morgan. Zelensky indicou que ainda não é o momento para aliviar as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia.
Conflito armado na Ucrânia: sanções são mantidas
Segundo o presidente ucraniano, se as sanções forem removidas, acredita que o risco de uma segunda invasão aumentará. A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, e desde então o território ucraniano tem sido alvo de bombardeios constantes. Vários países da Europa e os Estados Unidos forneceram ajuda financeira e armamentos para a defesa da Ucrânia. Nos últimos meses, Kiev também passou a atacar diretamente a Rússia, inclusive com o uso de mísseis norte-americanos.
Conflito armado na Ucrânia: plano de vitória
Zelensky diz ter um ‘plano da vitória’, que inclui a entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o reforço da defesa ucraniana e um pacote de dissuasão estratégica não nuclear para conter a Rússia. Por outro lado, o governo dos EUA pode pôr em prática um plano diferente, que não estaria alinhado com a estratégia de Zelensky. A proposta foi elaborada pelo general Keith Kellogg, nomeado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, como um enviado para acabar com o conflito.
Conflito armado na Ucrânia: plano de Kellogg
Entre os pontos do plano de Kellogg estão: Todas as linhas de batalha seriam congeladas para o início das conversas para um cessar-fogo. EUA só forneceriam mais armas à Ucrânia se o país participasse de negociações de paz. A Rússia seria alertada de que os EUA aumentariam o apoio à Ucrânia caso se negasse a negociar um acordo para o fim da guerra. A entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seria adiada.
Conflito armado na Ucrânia: veto temporário à Otan
Especialistas afirmam que essa estratégia americana provavelmente resultaria na perda definitiva de territórios ucranianos para a Rússia. Além disso, um veto temporário à entrada da Ucrânia na Otan atenderia aos interesses de Putin, que argumenta ter iniciado o conflito diante da possibilidade de Kiev ingressar na aliança. Na visão do presidente russo, o Ocidente descumpriu uma promessa feita em 1990, segundo a qual a Otan não expandiria sua influência ‘nem uma polegada na direção do Oriente’.
Fonte: © G1 – Globo Mundo
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