Rede social bloqueada usa servidor intermediário da Cloudflare, dificultando bloqueio por provedores de internet, e fica disponível para alguns brasileiros após ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Após uma mudança nos servidores, os usuários brasileiros conseguiram acessar novamente o X, rede social que estava bloqueada desde o fim de agosto por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (18). Essa mudança permitiu que os usuários brasileiros superassem o bloqueio imposto pela justiça.
Segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), o X passou a utilizar endereços de IP vinculados a servidores da Cloudflare, o que permitiu contornar a restrição de acesso imposto pela justiça. Com essa mudança, os usuários brasileiros podem novamente acessar a rede social, que estava proibida desde o fim de agosto. A interdição do acesso ao X foi uma medida tomada pelo STF, mas a mudança nos servidores permitiu que os usuários brasileiros superassem essa barreira. A liberdade de acesso à informação é fundamental em uma sociedade democrática.
Bloqueio: O X consegue driblar a restrição com novos servidores
Relatos recentes no Bluesky indicaram que alguns usuários conseguiram acessar e publicar no X utilizando Wi-Fi e rede móvel de operadoras, mesmo sem o uso de VPN. Essa mudança permitiu que o X evitasse o bloqueio imposto por operadores de telefonia após a ordem judicial. Com os novos servidores, fica mais difícil para os provedores de internet impedirem o acesso à rede.
A Abrint afirma que o X passou a utilizar endereços de IP vinculados ao serviço de servidores da Cloudflare, e não mais a uma infraestrutura própria. Isso significa que o X está utilizando um serviço terceirizado para entregar conteúdo para os usuários brasileiros. A Cloudflare é uma empresa que fornece serviços e pode atuar como um intermediário entre o servidor de um site e o usuário.
Bloqueio: O novo sistema de IPs dinâmicos torna difícil a interdição
Diferente do sistema anterior, que usava IPs específicos e passíveis de bloqueio, o novo sistema da Cloudflare faz uso de IPs dinâmicos que mudam constantemente. Muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços.
A Cloudflare é um serviço de proxy reverso, que funciona como um intermediário entre o servidor de um site e o usuário. Ele serve para oferecer mais segurança e melhorar a performance para o site. Neste caso, a Cloudflare funcionou como um serviço terceirizado para entregar conteúdo do X para os usuários brasileiros.
Bloqueio: A Cloudflare tem autonomia para bloquear o X
A Abrint afirma que as operadoras estão em uma posição delicada e aguardam o posicionamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para entender quais medidas devem ser tomadas. No entanto, quem pode bloquear especificamente o X é a Cloudflare. Ela tem plena autonomia de fazer esse bloqueio somente para o X e para os usuários brasileiros, porque são os equipamentos dela que estão sendo utilizados.
A situação causa preocupação, pois a Cloudflare pode ser responsável por bloquear o X sem afetar outros serviços. No entanto, a Abrint afirma que os provedores não podem tomar ações por conta própria sem uma orientação oficial da Anatel, pois um bloqueio equivocado poderia afetar empresas legítimas.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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